segunda-feira, 28 de março de 2011

MÊS DE ABRIL - EVANGELÍSMO E MISSÕES

Estará conosco em Apucarana, durante todo o mês de Abril, o ex-padre Lourival e sua esposa a ex-freira Maria de Fátima, testemunhando em todas as igrejas do campo.

Ex-Padre Lourival e irmã Maria de Fátima.

Ex-padre já prega na Assembléia de Deus como evangélico
A cidade de Sousa viveu um reboliço com a notícia, que tomou conta das principais rádios da cidade, dando conta de que um padre havia se tornado evangélico. Trata-se do ex-padre Lourival Luiz de Sousa, ele que reside no Núcleo II, recebeu a ordenação ao sacerdócio católico (padre) em 18/06/2000 e exercia o sacerdócio há quase 10 anos, ao longo desse período ele foi o pároco das cidades de Aguiar/PB, Igaraci/PB, Diamante/PB, Boa Ventura/PB, Curral Velho/PB e Belém do Brejo do Cruz/PB, tendo visitas marcantes em igrejas de outras cidades, e, ainda era auxiliar nas igrejas de Sousa e Cajazeiras.

Ocorre que o mesmo, estudando a Palavra de Deus – a Bíblia Sagrada – percebeu, quando ainda exercia o sacerdócio na cidade de Diamente/PB em 2003 que estava ensinando uma doutrina que contraria a Bíblia Sagrada e, naquela cidade, começou a ensinar às pessoas que a Bíblia reprova a adoração às imagens de escultura (Sabedoria 15.15-18 – livro apócrifo; Êxodo 20.4,5; Isaías 45.20; Deuteronômio 4.15-19; ) e que o único Salvador é Jesus Cristo (João 4.23; Atos 4.12; I Timóteo 2.5) e nãos as tradições das igrejas. E prosseguiu ensinando que a Bíblia é o caminho para conduzir as pessoas a fazerem a vontade de Deus e se aproximarem de Deus (Tiago 4.8), devendo servi-lo de toda alma e de todo o coração (Marcos 12.30-33) e não apenas com obras de caridade, visto que a salvação é obtida pela graça de Deus, por meio da fé, sendo um dom de Deus e não vem das obras (caridades e coisas semelhantes) para que ninguém se glorie (Efésios 2.8,9).

Após, as reiteradas leituras da Bíblia integralmente o ex-padre Lourival passou a sentir forte desejo de ser evangélico e congregar numa igreja onde se adorasse a Deus verdadeiramente, onde os verdadeiros adoradores adoram ao Pai em espírito e em verdade (João 4.23). Baseado em João 8.32 (E conhecereis a verdade e a verdade – Jesus – vos libertará) e em João 8.36 (Se, pois, o Filho vos libertar verdadeiramente sereis livres).

Havia mais de um ano que o ex-padre era ouvinte cativo do Programa A Bíblia no Ar, programa radiofônico da AD-Sousa, levado ao ar pela Rádio Progresso de Sousa – AM 610, das 21 as 22 horas, de segunda a sexta-feira, e, no domingo, das 13 as 14 horas. O que chamava a atenção dele é que em tais programas nunca se falava contra a Igreja Católica, apenas se pregava a Palavra de Deus, e o genuíno e verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo e, aos poucos ele foi entendendo que Deus o queria na Assembleia de Deus, congregando com os irmãos da AD-Sousa.

E na última quarta-feira, dia 28/abril/2010, o ex-padre compareceu à Igreja Católica do Núcleo II, onde ele celebrava missas, para se despedir das pessoas e dizer em público que não mais seria celebraria missas, nem seria mais sacerdote, pois estaria assumindo Jesus como único salvador e governador de sua vida.

Na quarta-feira (2804/2010), às 19 horas, ao chegar na Igreja Católica, que estava lotada, ele pediu para abrirem a Bíblia em I Timóteo 2.5, onde diz que “há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem” e disse: “Na Primeira Carta de Timóteo, capítulo 2 e versículo 5, está escrito que só há um Mediador entre Deus e os homens – Jesus Cristo, e a partir de hoje eu tomei a decisão de não mais ser católico e nem sacerdote e a partir de hoje eu sou evangélico da Igreja Assembleia de Deus”. As pessoas escandalizadas não acreditavam no que ouviam, uns choravam, outros diziam que o padre estava louco/doido, outros choravam… os parentes, pais e irmãos e irmãs tomaram um choque muito grande e estão chateados e escandalizados, inclusive uma sobrinha do mesmo disse que estava com raiva do mesmo e ele simplesmente disse que a perdoava, pois Deus é amor e nele havia agora o verdadeiro amor de Deus em seu coração.

Muito enfático, o ex-padre Lourival Luiz de Sousa disse que nem de longe passou pela cabeça de titubear, embora estivesse vendo muita gente chorando na igreja e muitos escandalizados, mas eles estava convicto da decisão de aceitar a Jesus como Salvador, pois a Bíblia diz que “quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e o quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim” (Mateus 10.37).

Já na sexta-feira, dia 30/abril/2010, o irmão Lourival participou de um grande culto na AD-Sousa, onde foi bem acolhido, com a presença do Pastor Alexandre Duarte da Costa, com a igreja superlotada, onde o mesmo adorou a Deus e testemunhou sobre a decisão de aceitar a Jesus, pedindo aos irmãos que orassem por ele, pois tem sido alvo de rejeição e de perseguição na sociedade sousense, sofrendo inclusive forte pressão da Igreja Católica para desistir da decisão de ser crente.

O Pastor Alexandre Duarte da Costa, juntamente com a Assembleia de Deus em Sousa/PB, acolheu muito bem o irmão Lourival e está prestando toda a assistência necessária ao novo irmão na fé, fornecendo apoio espiritual, social e material necessários ao fortalecimento da fé do novo irmão.

A Carta de Renúncia ao Sacerdócio Católico, preparada de próprio punho pelo ex-padre Lourival Luiz de Sousa, foi entregue, na manhã do sábado, dia 01/maio/2010, pessoalmente ao Bispo Diocesano D. José González na Diocese da Igreja Católica em Cajazeiras/PB, diocese a qual o ex-padre estava vinculado.

Fonte: Gazeta da Paraíba / Folha do Sertão

GRANDE CORAL DO CIRCULO DE ORAÇAO DO CAMPO DE APUCARANA.

http://www.youtube.com/watch?v=ERISCOZ7-rQ

terça-feira, 22 de março de 2011

Tomás de Aquino e a vaca que voava
by Marcello de Oliveira on 21. mar, 2011 in Estudos Bíblicos

Contam que Tomás de Aquino encontrava-se em sua sala, no convento de São Jaques, curvado sobre obscuros manuscritos medievais, quando de repente, um frade entra na sala e exclama:

- Venha ver, irmão Tomás, venha ver uma vaca voando!

Tranquilamente, o grande doutor da igreja ergue-se do banco, deixou a sala e, vindo para o átrio do mosteiro, pôs-se a olhar o céu, colocando as mãos sobre os olhos fatigados do estudo. Ao vê-lo assim, o frade jovial desatou a rir com intensidade.

- Ora, irmão Tomás, então sois tão crédulo a ponto de acreditardes que uma vaca pudesse voar?

- Por que não, meu amigo? Tornou o santo.

E com a mesma simplicidade e rara sabedoria disse:

- Eu prefiro admitir uma vaca voar a acreditar que um religioso pudesse mentir.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Arminianismo



Justo L. Gonzaléz



ARMINIANISMO. A posição de Jacob Armínio (1560-1609) e seus seguidores – frequentemente conhecidos como remonstrantes – quanto à graça, o livre-arbítrio, à predestinação e à perseverança dos crentes. Armínio era um teólogo calvinista holandês que, em todos aqueles pontos nos quais a tradição reformada diferia da católica ou da luterana, continuou sendo calvinista. É importante recordar isso, visto que frequentemente se diz que o arminianismo é o contrário do calvinisrno, quando na realidade tanto Arrnínio como seus seguidores eram calvinistas em todos os pontos, exceto nos que debatiam. Além disso, é necessário notar que o debate envolvia também o interesse de um dos grupos em sublinhar o calvinismo estrito a fim de salvaguardar a independência recentemente conquistada do país, enquanto que o outro buscava posições que tornassem mais fácil para o país comercializar com outros que não fossem estritamente calvinistas. Em parte, por essa razão, os calvinistas estritos fundamentavam seus argumentos sobre as Escrituras, e o princípio da justificação só pela graça, construindo sobre isso um sistema rigidamente lógico e racional, enquanto seus opositores desenvolveram argumentos igualmente coerentes fundamentados sobre os princípios geralmente aceitos da religião – razão pela qual em certo modo foram precursores do racionalismo.



Armínio envolveu-se em um debate quando resolveu refutar as opiniões daqueles que rejeitavam a doutrina calvinista estrita da predestinação. Mas então se convenceu de que eram eles que tinham razão, e se tornou o principal defensor dessa posição. Os calvinistas estritos que se opuseram a ele e que mais tarde condenaram seus ensinamentos eram supralapsarianos. Sustentavam que Deus havia decretado antes de tudo a eleição de alguns e a reprovação de outros, e depois havia decretado a queda e suas consequências, de tal modo que o decreto inicial da eleição e reprovação pudesse ser cumprido. Também sustentavam que as consequências da queda são tais que toda a natureza humana está totalmente depravada, e que o decreto da predestinação é tal que Cristo morreu unicamente pelos eleitos, e não por toda a humanidade. Em princípio, Armínio tratou de responder a essas opiniões adotando uma posição infralapsariana; mas logo se convenceu de que isso não bastava. Criticou então seus adversários argumentando, em primeiro lugar, que sua discussão dos decretos da predestinação não era suficientemente cristocêntrica, visto que o verdadeiro grande decreto da predestinação é aquele “pelo qual Cristo foi destacado por Deus para ser o salvador, a cabeça e o fundamento daqueles que herdarão a salvação”; e, em segundo lugar, que a predestinação dos fiéis por parte de Deus baseia-se em sua presciência de sua fé futura.



Visto que a doutrina da predestinação de seus opositores se fundamenta na primazia da graça, e de uma graça irresistivel, Armínio respondeu propondo uma graça “preveniente” ou “preventiva”, que Deus dá a todos, e que os capacita para aceitar a graça salvadora se assim decidirem. E, visto que a graça não é irresistivel, isso implica que é possível um crente, mesmo depois de haver recebido a graça salvadora, cair dela. Foi contra todas essas propostas dos arminianos que o Sínodo de Dordrecht, ou de Dort (1618-19) afirmou os cinco pontos principais do calvinismo estrito, a depravação total da humanidade, a eleição incondicional, a expiação limitada por parte de Cristo, a graça irresistivel, e perseverança dos fiéis.



As teorias de Armínio foram adotadas por vários teólogos de tradição reformada que não estavam dispostos a levar seu calvinismo às consequências que Dordrecht as havia levado. O mais destacado entre eles foi João Wesley (1703-91). Entre os batistas ingleses, aqueles que aceitaram o arminianismo receberam o nome de “batistas gerais”, porque insistiam que Cristo morreu por todos, enquanto que aqueles que ensinavam a expiação limitada foram chamados “batistas particulares”.

TODO PREGADOR DEVE SABER!

Pregação e pregadores pentecostais? Do que estamos falando? De algum tipo ou classe especial de pregação e pregadores? Não. Pregação e pregadores pentecostais se fundamentam no perfil bíblico da pregação e do pregador da palavra de Deus. Observemos algumas características da pregação e dos pregadores genuinamente pentecostais:

PREGAÇÃO PENTECOSTAL É AQUELA FUNDAMENTADA NA BÍBLIA SAGRADA

Na primeira pregação após o derramamento do Espírito Santo em Pentecostes (At 2.1-4), o apóstolo Pedro fundamentou a sua mensagem nas Escrituras do Antigo Testamento, citando o profeta Joel:

"Então, se levantou Pedro, com os onze; e, erguendo a voz, advertiu-os nestes termos: Varões judeus e todos os habitantes de Jerusalém, tomai conhecimento disto e atentai nas minhas palavras. Estes homens não estão embriagados, como vindes pensando, sendo esta a terceira hora do dia. Mas o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel: E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos; até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão. Mostrarei prodígios em cima no céu e sinais embaixo na terra: sangue, fogo e vapor de fumaça. O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e glorioso Dia do Senhor. E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo." (At 2.14-21)

Pedro citou também os Salmos:

"Porque a respeito dele diz Davi: Diante de mim via sempre o Senhor, porque está à minha direita, para que eu não seja abalado. Por isso, se alegrou o meu coração, e a minha língua exultou; além disto, também a minha própria carne repousará em esperança, porque não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção. Fizeste-me conhecer os caminhos da vida, encher-me-ás de alegria na tua presença." (At 2.25-28)

"Porque Davi não subiu aos céus, mas ele mesmo declara: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita,até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés." (At 2.34-35)

Estêvão, discorrendo diante dos seus acusadores (At 7.1-53), faz igualmente uso das sagradas Escrituras, citando textos de Gênesis, Êxodo, Levítico, Deuteronômio, Salmos, Josué, Isaías, Jeremias, Amós, Neemias, 1 e 2 Samuel, 1 Reis, 1 e 2 Crônicas e Ezequiel.

Toda pregação genuinamente pentecostal não se fundamenta em sonhos, visões ou revelações, se fundamenta na Palavra. Quando sonhos, visões ou revelações são citados, devem ser analisados à luz das Escrituras.

PREGAÇÃO PENTECOSTAL NÃO É RESULTADO DA DISTORÇÃO OU DA MÁ INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SAGRADO
A pregação pentecostal precisa ser fiel ao texto bíblico. Para isso, precisa-se aplicar à interpretação bíblica o método histórico-gramatical, que considera o significado do texto para o escritor e seus destinatários originais. Filipe, o diácono evangelista, foi um grande exemplo de fidelidade à interpretação bíblica:

"Um anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Dispõe-te e vai para o lado do Sul, no caminho que desce de Jerusalém a Gaza; este se acha deserto. Ele se levantou e foi. Eis que um etíope, eunuco, alto oficial de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todo o seu tesouro, que viera adorar em Jerusalém, estava de volta e, assentado no seu carro, vinha lendo o profeta Isaías. Então, disse o Espírito a Filipe: Aproxima-te desse carro e acompanha-o. Correndo Filipe, ouviu-o ler o profeta Isaías e perguntou: Compreendes o que vens lendo? Ele respondeu: Como poderei entender, se alguém não me explicar? E convidou Filipe a subir e a sentar-se junto a ele. Ora, a passagem da Escritura que estava lendo era esta: Foi levado como ovelha ao matadouro; e, como um cordeiro mudo perante o seu tosquiador, assim ele não abriu a boca. Na sua humilhação, lhe negaram justiça; quem lhe poderá descrever a geração? Porque da terra a sua vida é tirada. Então, o eunuco disse a Filipe: Peço-te que me expliques a quem se refere o profeta. Fala de si mesmo ou de algum outro? Então, Filipe explicou; e, começando por esta passagem da Escritura, anunciou-lhe a Jesus." (At 8.26-35)

Distorcer ou interpretar de forma equivocada as Escrituras é um ato irresponsável e inaceitável para um pregador pentecostal. Com o propósito de agradar e de manipular as massas, muitos absurdos estão sendo ditos e pregados em nossos púlpitos, sob a alegação de estar sendo pregada a genuína mensagem de Deus.

Um caso típico é a exposição do Salmo 68.4.

Ao tentar falar da possibilidade da “ação imediata de Deus”, alguns pregadores utilizam geralmente a seguinte expressão: “A Bíblia diz que o seu nome é Já”.

A Bíblia diz isto? Em qual texto?

O fato é que o Salmo 68.4 (e outros textos), nas versões mais antigas da Bíblia foi traduzido da seguinte forma:

“…pois o seu nome é JÁ”.

Observe que nas traduções mais antigas o termo foi traduzido com as duas letras (J e A) na forma maiúscula.

JÁ é uma forma contraída de Yahweh (um dos nomes de Deus no hebraico). O termo ocorre muitas vezes no Velho Testamento. Esta forma contraída entra na composição de diversos nomes próprios bíblicos, e na formação da palavra Aleluia, que significa “louvado seja Yah” (Sl 150.1,6).

Nas versões mais recentes a tradução JÁ, JÁH ou YAH foi trocada por “SENHOR” (ARA) e “JEOVÁ” (ARC);

“Cantai a Deus, salmodiai o seu nome; exaltai o que cavalga sobre as nuvens. SENHOR é o seu nome, exultai diante dele.” (Sl 68.4, ARA)

“Cantai a Deus, cantai louvores ao seu nome; louvai aquele que vai sobre os céus, pois o seu nome é JEOVÁ; exultai diante dele.” (Sl 68.4, ARC)

Deus faz as coisas “Já” se quiser? É claro que sim, mas, não é isto que os textos onde aparece a contração “JÁ”, “JÁH” ou “YAH” significa.

Este é um, de tantos outros exemplos que poderíamos citar (Jó 42).

PREGAÇÃO PENTECOSTAL É SIMPLES E PODEROSA

O propósito da pregação é comunicar a verdade de Deus. Comunicação só acontece quando a mensagem emitida é recebida e compreendida pelo receptor. Todos os grandes pregadores pentecostais, por mais cultos e inteligentes que foram, falaram com simplicidade, clareza e poder para os seus ouvintes. Sobre isso escreveu Paulo:

"Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus. " (1 Co 2.1-5)

Apesar de seu vasto conhecimento teológico, o apóstolo Paulo não se preocupava em demonstrar erudição, intelectualismo ou qualquer outra qualidade acadêmica. Seu interesse estava em pregar com simplicidade, clareza e poder a palavra de Deus.

É lamentável ver nos dias atuais, em decorrência de algum nível de formação acadêmica por parte de pregadores, muitas pregações se transformando em meras exposições intelectuais. Pura verborréia acadêmica e teológica, destituídas de graça e poder do Espírito.

A pregação pentecostal deve ser simples e poderosa, clara e profunda. Trata-se aqui de um poder e de uma profundidade que alcançam o intelecto, tocam as emoções e direcionam a vontade humana.

PREGADORES PENTECOSTAIS NÃO BUSCAM A PRÓPRIA GLÓRIA
Em plena sociedade do espetáculo, influenciados por uma cultura narcísica, muitos pregadores buscam ansiosamente pela glória do púlpito.

Os referenciais bíblicos são mais uma vez necessários, para que toda uma geração de novos pregadores possa retornar à palavra, tendo-a como modelo e referência para o ministério da pregação.

Observemos o exemplo de Pedro:

"No dia imediato, entrou em Cesaréia. Cornélio estava esperando por eles, tendo reunido seus parentes e amigos íntimos. Aconteceu que, indo Pedro a entrar, lhe saiu Cornélio ao encontro e, prostrando-se-lhe aos pés, o adorou. Mas Pedro o levantou, dizendo: Ergue-te, que eu também sou homem." (At 10.24-26)

Pedro, o primeiro a pregar após o derramar do Espírito em Pentecostes, com um ministério marcado por curas e libertações, ao ser recebido pelo centurião Cornélio, foi adorado pelo mesmo, mas não alimentou tal atitude, pelo contrário, ordenou que se levantasse, pois era homem tanto quanto ele, falho imperfeito e limitado. Pedro entendia que era a graça de Jesus que operava por sua vida. Hoje, ao contrário de Pedro, muitos pregadores buscam adoradores para si mesmos.

Paulo não fica atrás em termos de exemplo:

"Em Listra, costumava estar assentado certo homem aleijado, paralítico desde o seu nascimento, o qual jamais pudera andar. Esse homem ouviu falar Paulo, que, fixando nele os olhos e vendo que possuía fé para ser curado, disse-lhe em alta voz: Apruma-te direito sobre os pés! Ele saltou e andava. Quando as multidões viram o que Paulo fizera, gritaram em língua licaônica, dizendo: Os deuses, em forma de homens, baixaram até nós. A Barnabé chamavam Júpiter, e a Paulo, Mercúrio, porque era este o principal portador da palavra. O sacerdote de Júpiter, cujo templo estava em frente da cidade, trazendo para junto das portas touros e grinaldas, queria sacrificar juntamente com as multidões. Porém, ouvindo isto, os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgando as suas vestes, saltaram para o meio da multidão, clamando: Senhores, por que fazeis isto? Nós também somos homens como vós, sujeitos aos mesmos sentimentos, e vos anunciamos o evangelho para que destas coisas vãs vos convertais ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que há neles; o qual, nas gerações passadas, permitiu que todos os povos andassem nos seus próprios caminhos; contudo, não se deixou ficar sem testemunho de si mesmo, fazendo o bem, dando-vos do céu chuvas e estações frutíferas, enchendo o vosso coração de fartura e de alegria. Dizendo isto, foi ainda com dificuldade que impediram as multidões de lhes oferecerem sacrifícios." (At 14.8-18)

Assim como nos dias de Paulo, multidões diariamente desejam "sacrificar" aos pregadores da atualidade. A mentalidade idólatra é a mesma. O pior é que muitos aceitam e promovem o sacrifício a si mesmos. Em vez de impedir as multidões, incentivam as mesmas. Quanto mais idolatrados, mas gostam, mas querem, mais desejam.

Que os pregadores pentecostais da atualidade possam aprender com os grandes exemplos de Pedro e Paulo.

PREGADORES PENTECOSTAIS NÃO MANIPULAM A CONVERSÃO DE VIDAS

É provável que em algum momento de sua vida, ou você testemunhou, ou foi vítima de um pregador manipulador.

Pregadores manipuladores entendem, que a "confirmação" da autenticidade e da espiritualidade da mensagem que pregam depende exclusivamente dos resultados imediatos. Dessa forma, fazem de tudo, usam de todos os artifícios possíveis para que vidas venham à frente diante do seu apelo. Eu mesmo já vi muita coisa desse tipo. Como exemplo, posso citar casos onde o pregador mandou que os visitantes ficassem de pé, dirigindo a palavra para eles, para em seguida tentar de forma clara constrangê-los a vir à frente. Em alguns casos, já vi pregador orientar para que os irmãos arrastassem pelos braços os não crentes.

Pregadores pentecostais precisam entender, que os resultados de uma pregação genuinamente pentecostal nem sempre são imediatos. Há muitas vidas que não aceitam o apelo do pregador, mas levam consigo a mensagem no coração, para futuramente se converterem ao Evangelho de Jesus. O pregador só precisa ter a consciência que orou, estudou a Palavra e colocou a mensagem sob a direção do Espírito.

Quando lemos nas Escrituras o registro da primeira pregação pentecostal, encontramos lá o seguinte trecho:

"Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo. Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos? Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar. Com muitas outras palavras deu testemunho e exortava-os, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa. Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas." (At 2.36-41)

Extraímos do texto acima as seguintes lições:

- Pregadores pentecostais não pregam o que as pessoas gostariam de ouvir. Pregam o que elas precisam ouvir, possibilitando dessa forma, que tomem consciência da sua condição de pecadores;

- Pregadores pentecostais não pregam apenas às emoções de seus ouvintes. Pregam também à sua vontade e intelecto;

- Pregadores pentecostais simplesmente pregam. A palavra deve ser aceita pelos ouvintes, e não imposta aos ouvintes.

Preguemos dessa forma, e deixemos que o Espírito Santo trabalhe no coração dos nossos ouvintes.

PREGADORES PENTECOSTAIS NÃO TENTAM MANIPULAR O PODER E O MOVER DO ESPÍRITO


A manipulação do poder do Espírito é algo impossível de ser realizado. Os homens podem ser manipulados, mas o Espírito nunca. Com o objetivo de demonstrar poder e autoridade espiritual, alguns pregadores usam e abusam das mais estranhas práticas, fazem e falam as mais absurdas bobagens. Pulam, gritam, choram, riem, deitam, correm, afirmam estar vendo anjos e fogo, profetizam, agonizam, tudo isso para tentar impressionar o público, que quando ingênuo, acaba acreditando no que falam, e fica admirado com o que observa.

Não estou afirmando que o pregador deve ser uma máquina no púlpito, que não pode expressar suas emoções e sentimentos. Falo é dos exageros das pseudas demonstrações de poder. Um exemplo de pregação poderosa pode ser vista em Atos 10.44-46:

"E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios. Porque os ouviam falar línguas, e magnificar a Deus. "

Pregadores pentecostais não precisam tentar manipular o poder do Espírito. Só precisam pregar no poder do Espírito.

PREGADORES PENTECOSTAIS NÃO PREGAM APENAS ÀS MULTIDÕES

Na sociedade do espetáculo, quanto maior o público, melhor. Pregadores genuinamente pentecostais pregam para cem mil ouvintes, e com a mesma motivação pregam para apenas um ouvinte.

O diácono e evangelista Filipe foi um pregador pentecostal que atraiu multidões:

"Filipe, descendo à cidade de Samaria, anunciava-lhes a Cristo. As multidões atendiam, unânimes, às coisas que Filipe dizia, ouvindo-as e vendo os sinais que ele operava. Pois os espíritos imundos de muitos possessos saíam gritando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados. E houve grande alegria naquela cidade." (At 8.5-8)

Na hora que precisou deixar as multidões, para na direção do Senhor pregar a um só homem, Filipe não esitou e nem desanimou. Cumpriu com humildade e excelência a tarefa que lhe foi dada:

"Um anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Dispõe-te e vai para o lado do Sul, no caminho que desce de Jerusalém a Gaza; este se acha deserto. Ele se levantou e foi. Eis que um etíope, eunuco, alto oficial de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todo o seu tesouro, que viera adorar em Jerusalém, estava de volta e, assentado no seu carro, vinha lendo o profeta Isaías. Então, disse o Espírito a Filipe: Aproxima-te desse carro e acompanha-o. Correndo Filipe, ouviu-o ler o profeta Isaías e perguntou: Compreendes o que vens lendo? Ele respondeu: Como poderei entender, se alguém não me explicar? E convidou Filipe a subir e a sentar-se junto a ele. Ora, a passagem da Escritura que estava lendo era esta: Foi levado como ovelha ao matadouro; e, como um cordeiro mudo perante o seu tosquiador, assim ele não abriu a boca. Na sua humilhação, lhe negaram justiça; quem lhe poderá descrever a geração? Porque da terra a sua vida é tirada. Então, o eunuco disse a Filipe: Peço-te que me expliques a quem se refere o profeta. Fala de si mesmo ou de algum outro? Então, Filipe explicou; e, começando por esta passagem da Escritura, anunciou-lhe a Jesus. Seguindo eles caminho fora, chegando a certo lugar onde havia água, disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que seja eu batizado? {Filipe respondeu: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus.} Então, mandou parar o carro, ambos desceram à água, e Filipe batizou o eunuco." (At 8.26-38)

Pregadores pentecostais podem até atrair multidões, mas não se apegam à elas.

Que o Senhor, neste início de século, levante muitos pregadores genuinamente pentecostais para uma grande semeadura, e para uma maravilhosa colheita em todo o mundo!