sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

SALVAÇÃO.

Por Rev. Hernandes Dias Lopes
A salvação não é uma conquista humana, mas uma dádiva de Deus. Não a alcançamos por mérito, mas recebemo-la por graça. A salvação não é um troféu que erguemos como fruto do nosso labor nem uma medalha de honra ao mérito, mas um presente imerecido. Concernente à salvação, como dom inefável de Deus, destacamos três verdades sublimes:
Em primeiro, a graça, o fundamento da salvação. “Porque pela graça sois salvos…” (Ef 2.8aa). A graça de Deus é seu amor imerecido, endereçado a pecadores perdidos e arruinados. Deus amou-nos quando éramos fracos, ímpios, pecadores e inimigos. Amou-nos não por causa dos nossos méritos, mas apesar dos nossos deméritos. Amou-nos não por causa das nossas virtudes, mas apesar das nossas mazelas. Amou-nos não porque éramos seus amigos, mas apesar de ser seus inimigos. Amou-nos e deu-nos seu Filho Unigênito. Amou-nos e deu-nos tudo. Deu-se a si mesmo. Deu seu Filho único. Deu-o não para ser servido, mas para servir. Não para ser aplaudido entre os homens, mas morrer pelos pecadores. Esse amor incomparável, incompreensível e indescritível a pecadores indignos é a expressão mais eloquente de sua graça. Assim, não somos salvos pela obra que realizamos para Deus, mas pela obra que Deus realizou por nós, na cruz do Calvário. A cruz de Cristo é o palco onde refulge com todo o esplendor a graça de Deus. Aqui está a causa meritória da nossa redenção, o fundamento da nossa salvação.
Em segundo lugar, a fé, o instrumento da nossa salvação. “… mediante a fé, e isto não vem de vós; é dom de Deus. Não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8b,9). Não somos salvos por causa da fé, mas mediante a fé. A fé não é a causa meritória, mas a causa instrumental da nossa salvação. Apropriamos da salvação pela graça, mediante a fé. A fé é a mão estendida de um mendigo para receber o presente de um rei. Deus nos oferece a salvação gratuitamente e apropriamo-nos dela pela fé. A própria fé não vem do homem, vem de Deus; não é resultado de esforço ou mérito humano, mas presente de Deus. A fé salvadora não é apenas um assentimento intelectual nem uma confiança passageira apenas para as questões desta vida. A fé salvadora é plantada em nosso coração pelo Espírito de Deus e então, transferimos nossa confiança daquilo que fazemos para o que Cristo fez por nós na cruz. A fé não apenas toma posse da salvação, mas, também, descansa na suficiente obra de Cristo. Somos justificados pela fé, vivemos pela fé, andamos de fé em fé e vencemos o mundo pela fé.
Em terceiro lugar, as boas obras, o propósito da nossa salvação. “Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus, para as boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10). Não somos salvos pelas boas obras, mas para as boas obras. As boas obras não são a causa da salvação, mas sua consequência. Não fazemos boas obras com o propósito de sermos salvos; fazemo-las porque já fomos salvos pela graça, mediante a fé. É importante destacar que se as boas obras não encontram lugar como causa meritória ou instrumental da salvação, elas precisam ser vistas como a evidência da salvação. A fé e as boas obras não estão em conflito. A fé sem as obras é morta; as obras sem a fé não são boas. A fé produz obras e as obras provam a fé. A salvação é só pela fé independente das obras, mas a fé salvadora nunca vem só. Vem acompanhada das obras que glorificam a Deus e abençoam os homens. Essas obras foram preparadas de antemão para que andássemos nelas. Tudo provém de Deus, pois é ele quem opera em nós, tanto o querer como o realizar.
A salvação é um dom inefável de Deus. Foi planejada por Deus Pai, executada pelo Deus Filho e aplicada pelo Deus Espírito Santo. Foi planejada na eternidade, é executada na história e será consumada na segunda vinda de Cristo. Fomos salvos pela graça, mediante a fé e para as boas obras

DURA REALIDADE!

Há muitos animadores de auditório e poucos pregadores da Palavra, diz pastor


augustusEm um texto postado no Facebook, o reverendo Augustus Nicodemus Lopes explica os motivos que o levam a não acreditar que o Brasil esteja passando por um avivamento espiritual.
Enquanto muitos chamam de avivamento as cruzadas de evangelização, os shows gospel, e as manifestações do Espírito, o pastor presbiteriano diz que há outros fatores a serem considerados para afirmar que há avivamento.
“Historicamente, os avivamentos espirituais foram responsáveis diretos por transformações de cidades inteiras, mudanças de leis e transformação de culturas. Durante o grande avivamento em Northampton, Estados Unidos, dois séculos atrás, bares, prostíbulos e casernas foram fechados, por falta de clientes e pela conversão dos proprietários”, diz.
Outro ponto citado é referente ao mercado gospel, há muitos shows acontecendo em todas as partes do Brasil, mas para Augustus Nicodemus sobra música e falta ensino bíblico. “Nunca os evangélicos cantaram tanto e nunca foram tão analfabetos de Bíblia. Nunca houve tantos animadores de auditório e tão poucos pregadores da palavra de Deus.”
O reverendo lembra do avivamento da época de Esdras em Israel quando as pessoas ficaram por horas em pé somente para ouvir a Palavra de Deus. “Não vemos nada parecido hoje. A venda de CDs e DVDs com shows gospel cresce em proporção geométrica no Brasil e ultrapassa em muito a venda de Bíblias”, explica ele.
Ainda falando sobre adoração, ele afirma que “há muitos suspiros, gemidos, sussurros, lágrimas, olhos fechados e mãos levantadas ao alto, mas pouco arrependimento, quebrantamento, convicção de pecado, mudança de vida e santidade”.
O despertamento dos corações também é outro fator que caracteriza o avivamento, assim como a união dos verdadeiros crentes, assim como o conhecimento da verdade do Evangelho.
“Há uma mescla de verdade e erro, de emoções genuínas e falsas, de conversões verdadeiras e de imitações, experiências reais com Deus e mero emocionalismo”, continua Nicodemus que lamenta que muitos cristãos reformados falem pouco sobre o tema e não orem pelo avivamento no país

segunda-feira, 20 de maio de 2013

O êxodo em massa de cristãos do mundo islâmico
Raymond Ibrahim
Um êxodo em massa de cristãos está acontecendo neste momento.  Milhões deles estão sendo desalojados em todos os cantos do mundo islâmico. 
A fúria islâmica contra os cristãos
Estamos revivendo a história real de como o mundo islâmico (boa parte do qual, antes das guerras de conquista islâmicas, era quase inteiramente cristã) se formou.
A Comissão Americana de Liberdade Religiosa Internacional (U.S. Commission on International Religious Freedom) declarou recentemente: “A fuga de cristãos da região é sem precedentes, e está crescendo a cada ano”.  Antes de nossa geração passar, “os cristãos poderão ter desaparecido completamente do Iraque, do Afeganistão e do Egito”.
Constantes reportagens sobre o mundo islâmico certamente confirmam essa conclusão: O Iraque foi o primeiro indicador do destino que aguardava os cristãos assim que as forças islâmicas se viram livres dos controles que os ditadores lhes impunham.
Em 2003, a população cristã do Iraque era de pelo menos um milhão. Hoje já são menos de 400.000, resultado de uma campanha anticristã que começou com a ocupação americana do país, quando inúmeras igrejas cristãs sofreram ataques a bomba e inúmeros cristãos foram mortos, inclusive por crucificação e decapitação. 
Os ataques a uma igreja em Bagdá em 2010, na qual quase 60 fiéis cristãos foram assassinados, foi apenas a ponta de um iceberg que durava uma década.
Agora, com os EUA apoiando a jihad contra o presidente secular sírio Assad, o mesmo padrão teria que chegar à Síria: regiões e cidades inteiras onde cristãos viveram durante séculos antes do islamismo existir agora estão ficando vazias, pois os rebeldes visam os cristãos para sequestros, pilhagens e decapitações, tudo em obediência ao clamor das mesquitas, que dizem à população que é um “dever secreto” expulsar os cristãos.
Em outubro de 2012 o último cristão na cidade de Homs, que tinha uma população cristã de cerca de 80.000 antes da chegada dos jihadistas, foi assassinado.  Uma adolescente síria disse: “Fugimos porque estavam tentando nos matar… porque somos cristãos…  Nossos vizinhos se viraram contra nós. No fim, quando fugimos, fomos pelas sacadas. Sequer ousamos sair na rua em frente à nossa casa”.
No Egito, cerca de 100.000 cristãos coptas fugiram da sua terra natal logo após a “Primavera Árabe”.  Em setembro de 2012, a pequena comunidade cristã de Sinai foi atacada e expulsa por muçulmanos ligados à Al Qaeda, segundo reportagem da Reuters. Mas mesmo antes disso, a Igreja Ortodoxa Copta lamentou os “incidentes frequentes de remoção de coptas das suas casas, por força ou ameaça.
As remoções começaram em Ameriya [62 famílias cristãs expulsas], depois se estenderam para Dahshur [120 famílias cristãs expulsas], e hoje em dia o terror e as ameaças alcançaram os corações e almas de nossas crianças coptas em Sinai”.
Iraque, Síria e Egito são parte do mundo árabe.  Mas mesmo nas nações africanas e europeias com maioria cristã, os cristãos estão fugindo.
Em Mali, depois de um golpe islâmico em 2012, quase 200.000 cristãos fugiram.  De acordo com reportagens, “a Igreja em Mali corre o risco de ser erradicada”, principalmente no norte “onde rebeldes querem estabelecer um estado islâmico independente e expulsar os cristãos… tem havido buscas de casa em casa por cristãos que possam estar escondidos, igrejas e outras propriedades cristãs foram pilhadas ou destruídas, e pessoas são torturadas para revelar parentes cristãos”. Pelo menos um pastor foi decapitado.
Até mesmo na europeia Bósnia cristãos estão fugindo em massa, “em meio a crescente discriminação e islamização”.  Apenas 440.000 católicos permanecem na nação balcânica, metade do número antes da guerra.  
Os problemas citados são típicos: “enquanto dezenas de mesquitas são construídas na capital Bósnia Sarajevo, nenhuma autorização de construção foi dada a igrejas cristãs”. “O tempo está se encurtando enquanto ocorre uma aceleração preocupante no radicalismo”, declarou uma autoridade, que acrescentou que o povo da Bósnia e Herzegovina foi “perseguido por séculos” depois que as forças europeias “não lhes deram apoio na sua luta contra o Império Otomano”.
E a história se repete. 
Pode-se citar ainda vários casos: 
Na Etiópia, depois que um cristão foi acusado de profanar um Alcorão, milhares de cristãos foram forçados a sair de suas casas quando “extremistas muçulmanos incendiaram cerca de 50 igrejas e dezenas de casas de cristãos”. 
Na Costa do Marfim, onde cristãos têm sido literalmente crucificados, os rebeldes islâmicos “massacraram centenas e desalojaram dezenas de milhares” de cristãos.
Na Líbia, os rebeldes islâmicos forçaram várias ordens religiosas cristãs, que ajudavam pessoas doentes e necessitadas no país desde 1921, a fugir.
Para qualquer pessoa que acompanha o problema dos cristãos sob perseguição islâmica, nada disso é surpresa.  Como documentei em meu novo livro "Crucified Again: Exposing Islam’s New War on Christians” (Mais uma Vez Crucificado: Expondo a Nova Guerra do Islamismo Contra os Cristãos), Em todo o mundo islâmico, em nações que não compartilham a mesma raça, língua, cultura ou economia, em nações que têm em comum apenas o islamismo, cristãos estão sendo perseguidos até a extinção. Essa é a verdadeira face do ressurgimento do extremismo islâmico.

sábado, 4 de maio de 2013

Pastores, Divórcio e Novo Casamento

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Por Augustus Nicodemus Lopes
Afinal, qual a importância de um casamento sólido e duradouro para o ministério pastoral? Paulo escreveu que “é necessário que o bispo … seja esposo de uma só mulher” (1Tm 3.2). Podemos interpretar essa passagem de duas ou três maneiras diferentes, mas todas elas, ao final, falam da necessidade de um casamento exemplar para os líderes cristãos. Creio que há vários pontos que podem ser mencionados aqui.
O primeiro é a paz e o sossego que um casamento estável oferece e que se refletem inevitavelmente na lide pastoral. O segundo ponto é o exemplo, para os filhos, se houver, e para os casais da igreja que pastoreia. Todos esperam que o casamento do pastor seja uma fonte de inspiração e exemplo. Casamentos que dão certo e duram a vida toda funcionam como uma espécie de referencial para os demais casamentos, especialmente se for o casamento do pastor.
O terceiro ponto é a questão da autoridade. Não era esse o receio de Paulo, que após ter pregado a outros não viesse ele mesmo a ser desqualificado? (1Co 9.27). Qual a autoridade de um pastor divorciado já pela segunda ou terceira vez para exortar os maridos da sua igreja a amarem a esposa e a se sacrificar por ela? Essa história aconteceu com um pastor que foi colega meu de seminário. Certo dia, falando na igreja sobre os deveres do marido cristão, sua própria esposa se levantou no meio do povo e disse, “É tudo mentira, ele não faz nada disso em casa!”. O pastorado daquele colega acabou ali mesmo.
Mas tem um quarto ponto. Pastores que já vão no segundo ou terceiro casamento estão passando a seguinte mensagem para os casais da igreja: “O divórcio é uma solução legal e fácil para resolver os problemas do casamento. Quando as coisas começam a ficar difíceis, o caminho mais rápido é o da separação e o recomeço com outra pessoa”. Essa mensagem é também captada pelos jovens, que um dia contrairão matrimônio já pensando no divórcio como a saída de incêndio.
Não que eu seja absolutamente contra o divórcio. Como calvinista, entendo que o divórcio é permitido naqueles casos previstos na Escritura, que são o adultério e a deserção obstinada (Mateus 19.9; 1Coríntios 7.15; ver Confissão de Fé de Westminster XXIV, 6). Sou contra a sua obtenção por quaisquer outros motivos, mesmo que fazê-lo seja legal no Brasil.
Fico me perguntando se, ao final, tudo isto, não é uma versão moderna e evangélica da velha poligamia. Como ela é proibida no Brasil e rejeitada por uma parte das igrejas, alguns pastores acharam esse meio de ter várias mulheres durante o seu ministério, embora não ao mesmo tempo, que é casar-se várias vezes em seqüência, com mulheres diferentes.

CALVINISTAS SECTÁRIOS

biblia-sanguePor Fabio Campos
Texto base: “Aceitem entre vocês quem é fraco na fé sem criticar as opiniões dessa pessoa”. (Rm. 14: 1 NTLH) / “Quem é você para julgar o escravo de alguém? Se ele vai vencer ou fracassar, isso é da conta do dono dele. E ele vai vencer porque o Senhor pode fazê-lo vencer”. (Rm. 14: 4 NTLH)
Antes de começar a discorrer o assunto conforme o tema preciso deixar alguns esclarecimentos e o alvo da reflexão. Quando digo “calvinista” não me refiro ao ensino calvinista. Meu alvo são aqueles que têm por comportamento o “sectarismo” no relacionamento com outros irmãos, os quais tem por opção outra linha teológica dentro da ortodoxia cristã. Este artigo não se refere em nada aos que professam uma fé diferente da cristã bíblica, nem dos apostatas, nem das seitas. Mas sim daqueles que estão em uma igreja séria, que professam a fé cristã no ensino correto da ortodoxia bíblica, porém se comportam de forma sectária.
Mesmo sendo pentecostal dispensacionalista, posso dizer que sou mais calvinista do que armíniano (se ao ler esta frase você fez “careta”, esta mensagem é para você). Tenho um grande apreço pela teologia reformada! Creio ser ela a interpretação mais coerente com as Escrituras! Não dá para negar a predestinação na qual tem por base mais de quarenta versículos, a obra monergista do Espírito, a eleição e Soberania de Deus.
Meu aborrecimento com alguns irmãos é a vanglória disfarçada de “glória de Deus”. Eles se vangloriam mais na TULIP (acróstico dos cinco pontos do calvinismo) do que no evangelho de Cristo. Suas pregações são repetitivas! Falam mais de Calvino do que de Paulo. Não se gloriam do evangelho conforme disse Paulo, mas sim do compêndio ensinado pelos reformadores. Quando se deparam com algum irmão pentecostal ou neopentecostal sua fisionomia muda! Não têm amor suficiente para acolher o débil na fé sem discutir assuntos polêmicos (Rm 14:1)!
Segundo o dicionário de Teologia da Editora Vida, Sectário significa “devoção rígida a uma seita. Refere-se à crença que esse ou aquele grupo é a verdadeira igreja, com EXCLUSÃO DE TODOS OS DEMAIS GRUPOS, CONSIDERADOS FALSAS IGREJAS”. Entendeu agora o porquê do tema? Quem não conheceu um calvinista com essas características!?
A soberba fomentada pelo “saber” toma conta do coração desses irmãos. A falsa piedade serve de mascara para esconder o orgulho de ser “protestante”, ou seja, SOU do contra! Pensam: “sou revolucionário”. O irmão Solano Portela foi muito feliz quando disse acerca do orgulho espiritual: “Nós calvinistas precisamos nos acautelar para não seguirmos esta trilha tão repisada da igreja. Não podemos nos considerar imunes ao desenvolvimento de uma atitude de que ‘nós reformados’ somos iluminados, únicos entendedores das verdades divinas que se encontram veladas à grande parte dos crentes comuns, a não ser que recebam a explicação lógica e incontestável de nossa parte. Muitos calvinistas têm se deixado pela SÍNDROME DA PÓLVORA passando a demonstrar o mais evidente orgulho espiritual, no relacionamento com os irmãos, prejudicando o testemunho da fé reformada”.
Paulo nos diz que “o amor é o elo da perfeição” (Cl. 3:14). Seremos conhecidos como filhos de Deus quando “amarmos com o seu amor” (Mt. 5: 44-45). Se dissermos estar na luz, logo amamos nosso irmão, do contrário, estaremos em trevas (1 Jo. 2: 9-11). Quem não ama seu irmão é homicida (1 Jo. 3: 15). Seremos reconhecidos como discípulos de Jesus não pelo nosso conhecimento teológico, nem pelo fato de sermos calvinistas, nem armínianos, mas sim em amarmos uns aos outros (Jo. 13: 35).
Uma das coisas mais ridículas é a zombaria nos blogs “apologéticos” com irmãos pentecostais! E se o Senhor os acolheu? Creio que você não é o dono deles, mas sim Deus, O qual firmará seus pés para que não tropecem! Tem blog que iria publicar uma notícia a cada dia envolvendo os irmãos de coríntios. Imagine os postes carregados de piadinhas a respeito daquela pobre igreja carnal. O verdadeiro amor corrige em graça, chora com o erro, se alegra quando alguém acerta! Foram estas as atitudes de Paulo concernente às igrejas que tinham problemas doutrinários. Nisto fica o temor devido a Deus: cada palavra nossa será usada para condenação ou justificação.
Lembre-se, Deus escolheu alguns nos quais você jamais escolheria! Os armínianos, pentecostais, neopentecostais, estes sendo sinceros em sua fé, provam ser escolhidos de Deus. E quem os condenará? É Deus quem os justifica! De fato, não me gloriarei na teologia reformada, nem na pentecostal, nem tão pouco na wesleyana (todas são bênçãos), mas apenas no evangelho de Cristo, no qual o amor é o adjetivo para qualificar “o perfeito” (Jo. 5: 48). Deus é amor! Se Ele te tolera com sua mediocridade mental, sendo ELE Um ser infinito em sabedoria, poder e santidade, por que você não tolera seu irmão que discorda de você em aspectos secundários da fé? O irmão Portela disse: “A nossa intransigência deve limitar-se àquelas coisas que estão perturbando os pontos fundamentais do evangelho, porém a caridade cristã, o amor de Cristo, deve ser refletido em nossas atitudes, derramando-se sobre todos aqueles que foram resgatados pelo precioso sangue de Cristo”.
Fico chateado quando alguns dizem que o pentecostalismo entre outros ensinos secundários são heresias: O puritano John Owen em defesa a tolerância, neste quesito diz: “… mas, geralmente, erros ocorrem em coisas de difícil compreensão, que não são tão claras e evidentes… Com relação a tais erros, é muito difícil classifica-los de heresias. A sensibilidade de nossos próprios males, falhas, incompreensões, escuridão e o nosso conhecimento parcial, deveria operar em nós uma opinião caridosa para com as pobres criaturas que, encontrando-se em erro, assim estão com os corações sinceros e retos, com postura semelhante aos que estão com a verdade”.
“A intolerância religiosa já matou várias pessoas! O que dizer dos afogamentos dos “Anabatistas”? Você acha que isso passará em branco diante de Deus? Jesus e os apóstolos morreram pela fé, mas nunca mataram! Os fanáticos argumentam: “os magistrados foram constituídos para isso”. Sim, mas a bandidos e não pela opção teológica! Em 1648 John Owen pregou um extenso sermão no parlamento Britânico, na Câmara dos Comuns, intitulado “Sobre Tolerância”, no qual defendeu, mais uma vez a demonstração do amor cristão e a não intervenção dos poderes governamentais nas diferenças de opiniões eclesiásticas. É inadmissível a atitude que Zuínglio teve ao incitar as autoridades a perseguir os “Anabatistas” em nome desta “verdade”, na qual não reflete de fato a Cristo, a Verdade com V maiúsculo! Os fariseus hipócritas encaminharam tal demanda ao império Romano para matar ao Senhor Jesus e os apóstolos em nome da Lei de Moisés. Qual a diferença? De fato cumpriram toda a Lei? amaram a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmos?
Se tivermos que nos gloriar em algo, que seja apenas no evangelho! Deus salvou alguns da igreja de Corinto, a qual você, com seu manuseio teológico, os jogariam no inferno! Fica a frase do Rev. Ian Hamilton, da Escócia para nossa reflexão: “A graça de Deus deveria adoçar nossas discordâncias. Existe um grande perigo de absolutizar a nossa forma de fazer as coisas. Devemos nos apegar àqueles que se apegam a Cristo”.
“E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição”. (Colossenses 3:14 AFC).
SOLI DEL GLORIA!
Referencias bibliográficas: Cinco Pecados que ameaçam os Calvinistas; Portela, SOLANO; Ed. PES (Publicações Evangélicas

terça-feira, 5 de março de 2013

A Lógica da Descrença

 
Roy Ingle
O Calvinismo ensina que Cristo morreu pelos eleitos, que a expiação de Cristo comprou a salvação dos eleitos e, assim, a expiação de Cristo, pelo menos de acordo com os calvinistas, realmente salva. Os calvinistas afirmam que Jesus derramou o seu sangue para a salvação dos eleitos e, portanto, ele não morreu pelos pecados do mundo todo para não sustentar o Universalismo que claramente as Escrituras não ensinam (Mt 7.13-14).
Na cruz, a ira de Deus pelos pecados dos eleitos foi paga na íntegra. Jesus sofreu, morreu e ressuscitou para o bem dos eleitos apenas. O restante da humanidade foi destinado por Deus para o inferno eterno. Nossos destinos foram escolhidos.
Agora, aqui está um problema (entre outros) que eu tenho com o entendimento calvinista da expiação. Se Cristo morreu para assegurar a salvação dos eleitos, e quando Jesus morreu na cruz, Deus colocou os pecados dos eleitos em seu Filho, os eleitos então são nascidos sem pecado, uma vez que Cristo sofreu por eles antes deles nascerem e ele deu sua vida pela salvação deles há 2000 anos no Calvário? Quais pecados impedem os eleitos de nascerem salvos? Se alguém diz que a incredulidade impede a sua salvação e eles devem crer no evangelho para serem salvos e a sua salvação foi predestinada e assegurada pelo próprio Deus na cruz por meio de seu Filho, por que o pecado da incredulidade também não foi pago na cruz por Cristo?
Eu concordo que a descrença impede a salvação de alguém. Jo 3.18 diz, “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus”. Jo 3.36 acrescenta, “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece”. A crença nos leva de mortos em nossos pecados sem a vida de Deus para nascidos de novo em Cristo (Ef 2.1-9). A obra de Deus para a salvação é crer em seu Filho (Jo 6.29). De fato, este é o próprio propósito da Bíblia, nos conduzir à fé salvadora em Jesus Cristo (Jo 20.31). O apóstolo Paulo disse ao carcereiro de Filipos que ele tinha que crer para ser salvo (At 16.30-31). A crença (ou fé) assegura a salvação, mas a descrença leva somente à destruição (Hb 3.6-19).
No entanto, como pode algum calvinista genuíno dizer que eles uma vez estavam em seus pecados até que colocaram a fé salvadora em Jesus, uma vez que Jesus morreu pelos seus pecados (todos eles?) 2000 anos atrás? Se Jesus morreu e sua expiação garantiu a salvação dos eleitos, então segue logicamente que todos os pecados dos eleitos foram colocados em Cristo e todos os eleitos de Deus foram salvos na cruz. Dessa forma os eleitos, todos conhecidos por Deus desde a fundação do mundo, são vistos como salvos na cruz. Mas, então, por que chamar as pessoas ao arrependimento? Por que dizer às pessoas para elas abandonarem os seus pecados pelos quais Jesus já pagou e já assegurou a sua eterna salvação? Como podemos exigir um duplo pagamento pelos pecados, e o pecado pode ser legitimamente chamado pecado se de fato a pessoa já foi perdoada de todos os seus pecados na cruz?
A lógica dos arminianos é essa: Jesus morreu pelos pecados do mundo, mas somente aqueles que colocam sua fé na obra salvadora de Jesus tornam-se os eleitos de Deus (1Tm 4.10). Jesus veio buscar e salvar o perdido (Lc 19.10) e nenhuma vez na Escritura lemos que Jesus morreu somente pelos eleitos. Nós lemos que Jesus morreu pelas ovelhas (Jo 10.11), que ele morreu pela Igreja (Ef 5.25), que ele morreu pelo apóstolo Paulo (Gl 2.20), que ele morreu por nós (Gl 1.4) e que ele morreu pelo mundo (1Jo 2.2), mas nós nunca lemos que ele morreu somente pelos eleitos. Isso deve ser deduzido pela releitura de outras passagens. Além disso, somente aqueles que colocam sua fé em Jesus e em seu sangue são salvos. Aqueles que rejeitam o seu sangue estão perdidos (Jo 5.24-25). A salvação vem pela graça de Deus por meio da fé (Rm 5.1; Ef 2.8-9) e não pelas obras (Tt 3.5-7). Nós devemos confessar os nossos pecados para sermos perdoados (1Jo 1.9) e não faz nenhum sentido se de fato Jesus morreu por todos os nossos pecados quando morreu na cruz. Como Deus pode nos perdoar de nossos pecados se de fato ele já nos perdoou de nossos pecados quando Jesus morreu por nós 2000 anos atrás pela vontade soberana de Deus?
Tradução: Walson Sales

sábado, 23 de fevereiro de 2013


A pobreza de Jesus Cristo


Ele nasceu numa estrebaria de uma aldeia obscura, na periferia do império romano. Era filho de gente muito humilde e seu berço foi um caixote que se usava para dar de comer aos animais. Quando seus pais o apresentaram a Deus no Templo de Jerusalém, sua oferta se reduziu a duas pombinhas, oferta estipulada pela lei mosaica em tais ocasiões para pessoas sem recursos. Com seus pais, deixou seu lar e viveu como refugiado em terra estrangeira por causa de um decreto imperial que mandava matar todas as crianças com menos de três anos.

Ele foi criado em outra aldeia na casa de um carpinteiro e, quando adulto, chegou a afirmar que não tinha onde recostar a cabeça. Quando completou trinta anos tornou-se um pregador itinerante viajando pelo país com seus doze discípulos. Foi, então, falsamente acusado e inocentemente condenado. Seus amigos o abandonaram. Depois de torturado, foi crucificado entre dois ladrões. Quando morreu, aos trinta e três anos, foi sepultado em um túmulo que um amigo bondoso emprestou.

Jesus Cristo foi pobre, mas sua pobreza foi algo que ele assumiu voluntariamente, movido pelo seu amor. Ele era rico, mas fez-se pobre, numa expressão concreta de sua identificação com a humanidade.

É tempo dos cristãos dos grandes centros urbanos se arrependerem de usar Deus para satisfazerem sua ambição material. E aprenderem a viver com simplicidade e generosidade, ajudando aqueles que não têm para a subsistência diária.

Ouvimos muita gente dando testemunho que tinham um carro velho e agora tem dois novos, tinham uma casa pequena e agora tem duas grandes, que ganhavam um tanto, mas agora ganham três vezes mais. Aceitaram a Cristo, aderiram a tal igreja e prosperaram materialmente. Nunca ouvi alguém dando testemunho que se converteu e decidiu dar uma parte de seus bens para os pobres e para missões.

Cristãos urbanos de classe média estão imersos numa estrutura consumista, alienados da realidade do sofrimento de milhares de brasileiros. Pensam em si e no que é seu e confundem Deus o Pai de Jesus Cristo com Mamon, o deus dinheiro, o pai de todos os males (I Tm 6.10). Mamon não é uma potestade, promete paz, tranqüilidade, vida feliz e alegria e, portanto, compete com Deus. Muitos acham que estão confiando em Deus, mas, no entanto, confiam em Mamon (Mt 6.24).

A sociedade de consumo nos condiciona e nos leva a desejar possuir cada vez mais coisas, convencendo-nos que tendo mais seremos mais. Um mundo que pensa e age somente em termos materiais acabou contaminando o povo de Deus. E igrejas anunciam conforto material ilimitado para aqueles que aderirem e trouxerem sua contribuição.

Acabamos todos preocupados com a vida material, amarrados em contas, crediários, consumo de supérfluos, símbolos de status, dominados pela ambição de ter mais, sempre insatisfeitos.

Jesus Cristo na sua pobreza voluntária nos liberta dos condicionamentos da sociedade de consumo, e nos torna dispostos a confiar a ele toda a nossa vida, dons, talentos, recursos e tempo para servir com alegria o nosso próximo.

O verdadeiro conhecimento de Deus gera santidade e serviço, e o verdadeiro conhecimento de si gera quebrantamento e humildade.

Estas são as virtudes que a Igreja mais carece nestes dias: santidade, serviço, quebrantamento e humildade. Portanto, tenhamos discernimento, pois há uma outra teologia por ai que ao invés de santidade gera negócios escusos, ao invés de serviço gera egoísmo, ao invés de quebrantamento gera farisaísmo, ao invés de humildade gera busca pelo poder.

Olhemos por um momento para a vida de Jesus de Nazaré em quem cremos. Ele abriu mão de seus direitos e privilégios, esvaziou-se de sua divindade, por amor a nós fez-se homem, veio para servir e não para ser servido.

Não há nada de errado em buscar as bênçãos de Deus e uma vida material digna. Errado é acumular sem repartir. Sodoma e Gomorra, contrariamente ao que muita gente pensa, não foram destruídas pela sua promiscuidade sexual, mas sim por que acumularam riquezas e não repartiram: “Eis que esta foi a iniqüidade de Sodoma, tua irmã: soberba, fartura de pão e próspera tranqüilidade teve ela e suas filhas, mas nunca amparou o pobre e necessitado”. Ez 16.49

Que o Senhor tenha misericórdia de nós, que o Senhor tenha misericórdia de sua Igreja, que o Senhor tenha misericórdia do Brasil.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Crente Salvo

É o Espírito Santo que testifica que alguém é salvo e não algum pregador porque acha que alguém fez uma oração com sinceridade. Pare de tratar as pessoas como números, como gado, fazendo elas repetirem a sua oraçãozinha e enviando elas embora em 5 minutos para que você possa comer ou se orgulha do número de pessoas que levantaram a mão.
Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus. (1 Jo 5:13)
O livro de 1 João foi escrito para que as pessoas saibam que têm a vida eterna. João escreve várias características de um verdadeiro cristão. Infelizmente, muitos pastores parecem ignorar totalmente isso.
E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida. (1 Jo 5:11-12)
Não devemos reduzir a certeza da salvação a algumas coisas que fizemos certo. Certeza da salvação vem somente através de se confiar em Jesus. Um dos sinais da verdadeira conversão é que Jesus Cristo se torna a única esperança de salvação e nenhuma confiança é colocada na carne. Sua esperança está em Cristo? Você sente cada vez mais a sua necessidade de Cristo?
Além disso, é triste que no meio evangélico muitos confirmem a fé de pessoas que deliberadamente vivem em pecado, sem confrontá-los enquanto eles caminham rumo ao inferno.
Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma. Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. (1 Jo 1:5-7)
Andar na luz é andar em conformidade com o caráter e a revelação de Deus. Este “andar” se refere a um estilo de vida. Sendo assim, se alguém diz que é cristão, mas seu estilo de vida anda em total inconformidade com os mandamentos de Deus, então essa pessoa está mentindo e se enganando. Para compreender isso pense no seguinte: não é uma foto de certo episódio de sua vida, mas uma filmagem de todos os momentos de sua vida. O que alguém verá em sua vida se o filmar todos os momentos? Uma vida que, no geral, busca a Deus e anda em seus caminhos ou uma vida que não o busca, nem o ama.
Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós. (1 Jo 1:8-10)
O primeiro sinal é uma vida de conformidade (crescente) com os mandamentos de Deus. O segundo sinal é um coração quebrantado. O primeiro sinal não significa perfeição. Contudo, a marca do cristão é a confissão de pecados, o desejo de ser santo e uma vida de arrependimento quando peca. Você é sensível ao pecado e tem ficado mais sensível enquanto você cresce na fé?
Essa sensibilidade é causada pelo Espírito Santo que regenera o pecador e lhe dá um coração de carne (sensível), tirando seu coração de pedra. Seja uma pessoa que lamenta pelo próprio pecado, mas, ao mesmo tempo, se regozija em seu Salvador.
Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; (1 Jo 2:1)
Se você não tem um novo relacionamento com o pecado (ódio) e com a Palavra de Deus (amor), então você não tem um novo relacionamento com Jesus.
O fim último de toda a Lei é expressar amor a Deus, mas da forma que Ele deseja que você expresse.
aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou. (1Jo 2:6)
Não estamos falando de salvação por imitação de Cristo. A salvação é pela fé somente. Mas aqueles que são salvos, desejam andar como Jesus andou e irão progredir nisso, pois aquele que começou a boa obra há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus (Fp 1:6). Certamente, não é um imitar perfeito, mas se alguém olhasse para você, ela veria alguém que almeja ser como Jesus?
Aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão, até agora, está nas trevas. Aquele que ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há nenhum tropeço. (1 Jo 2:9-10)
Uma das maiores evidência de que alguém nasceu de novo e pertence à família de Deus é o amor pelos irmãos. Você ama estar com o povo de Deus? É difícil falar de amar a igreja, quando as pessoas não sabem nem o que é a igreja? As pessoas acham que ir a igreja falar das coisas do mundo é comunhão cristã. Quando foi a última vez que você saiu com seus amigos só para falar de Jesus? Só para falar de Santidade? Para orarem juntos?
Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. (1 Jo 2:15-16)
Mundo, aqui, é todo o sistema anti-Deus, anticristo. Na vida do cristão tudo é sagrado, tudo é de Deus. Inclusive suas roupas. Você é uma pessoa sensual? Suas roupas apontam para suas faces onde a glória de Deus deve brilhar ou para seu corpo? Se sua roupa aponta para seu corpo ela é odiável a Deus. Como é triste que hoje em dia a sensualidade tenha estuprado a verdadeira beleza.


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Sábios Conselhos

O meu desejo para vocês não é que vocês se tornem mais inteligentes, mas que se tornem mais devotos, não a coisas pequenas como missões ou algumas verdades, mas a pessoa de Jesus Cristo e o que Ele fez por você. É tudo sobre Cristo, do começo ao fim. Não busque sua satisfação no ministério pastoral ou em missões. Eles não o satisfarão. Cristo o satisfará. Busque a Cristo!
Estude as Escrituras no contexto da história cristã. A sabedoria não nasceu com você e não morrerá com você. Não menospreze aqueles que vieram antes de você. Alguns acreditam que são como uma ilha, como se seu cristianismo não dependesse de dois mil anos de história cristã.
Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais; por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão. Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. (1Co 15:1-4)
Perceba que neste texto, Paulo lembra os cristãos de Coríntios do Evangelho. Hoje em dia, muitos veem a Jesus e o Evangelho como um momento único, como uma vacina, uma oração. O Evangelho não é algo pequeno que você vê no começo da sua vida cristã, mas algo que você deve lembrar-se todos os dias. E é disso que o Brasil, os EUA e toda nação da terra precisam. O Brasil precisa de um povo que entenda o Evangelho de tal maneira que não necessite nem queira nada além do que Cristo.
Você precisa ter uma consciência profunda do imenso amor de Cristo e dos horrores do pecado para viver a vida cristã. Santificação é quando o amor de Deus através de Cristo e do Evangelho tomam você de tal forma que você vive de forma a pertencer a Deus – e você ama pertencer a Ele.
Nós precisamos de pregadores que vivem diante de Deus, em seus joelhos, que conhecem a Deus não somente como verdades proposicionais. Nós precisamos, sim, de mestres, mas precisamos de mestres pegando fogo. Se você deixar a oração de lado, o que você tem na pregação não é nada além de pó. Jovem, saiba: homens de Deus nascem de joelhos. Eu vejo tantos homens em tantas atividades, mas onde estão os homens de oração?
Pare de dizer que seu problema é sua fraqueza. O problema não é a sua fraqueza, o problema é que você não reconhece a sua fraqueza a ponto de se lançar diante de Deus em oração e leitura da Bíblia. A fraqueza faz par a providência de Deus na vida do crente para que nos apeguemos a Cristo.
A evidência de que você recebeu a Cristo é que você continua vivendo uma vida de fé e arrependimento. O Senhorio de Cristo tem se tornado mais real na sua vida?
O que você precisa para viver sua vida cristã é uma visão de Deus mais alta, poderosa e limpa, uma compreensão sobre a terrível vida à parte de Cristo e uma apreensão das glórias de Deus na obra de Cristo. Você precisa de uma visão alta de Deus, uma visão baixa do homem e uma visão gloriosa do Evangelho.


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sexta-feira, 27 de julho de 2012

ARMINIANISMO


Roger E. Olson
Um dos mais prevalecentes mitos difundidos por alguns calvinistas sobre o Arminianismo é que ele é o tipo de teologia mais popular nos púlpitos e bancos evangélicos. Minha experiência contradiz essa crença. Depende muito de como consideramos a teologia arminiana. Os críticos calvinistas estariam corretos se o Arminianismo fosse o Semipelagianismo. Mas ele não é, como espero mostrar. O evangelho pregado e a doutrina da salvação ensinada na maioria dos púlpitos e tribunas evangélicos, e crido na maioria dos assentos de igrejas evangélicas, não é o Arminianismo clássico, mas o Semipelagianismo, se não um completo Pelagianismo. Qual é a diferença? O teólogo H. Orton Wiley, da Igreja do Nazareno, corretamente define o Semipelagianismo dizendo, “Ele sustentava que restou poder suficiente na vontade depravada para dar o primeiro passo em direção à salvação, mas não o suficiente para completá-la. Isso deve ser feito pela graça divina.”[1] Esta antiga heresia tem origem nos ensinos dos assim chamados massilianos, liderados principalmente por João Cassiano (m. 433 d.C), que tentou construir uma ponte entre o Pelagianismo, que negava o pecado original, e Agostinho, que defendia a eleição incondicional sobre o fundamento de que todos os descendentes de Adão nascem espiritualmente mortos e culpados do pecado de Adão. Cassiano acreditava que as pessoas são capazes de se voltarem para Deus mesmo à parte de qualquer infusão da graça sobrenatural. Isto foi condenado pelo Segundo Concílio de Orange em 529 (sem endossar a extrema doutrina agostiniana da predestinação).
O Semipelagianismo tornou-se a teologia popular da Igreja Católica Romana nos séculos que antecederam a Reforma Protestante. Ele foi completamente rejeitado por todos os reformadores, exceto os assim chamados racionalistas ou antitrinitarianos, tais como Fausto Socinus. Alguns calvinistas adotaram a prática de se referir a toda teologia que ficou aquém do Calvinismo rígido (TULIP) como semipelagiana. Isto, no entanto, está incorreto. Hoje em dia, o Semipelagianismo é a teologia padrão da maioria dos cristãos evangélicos americanos.[2] Podemos comprovar isto na popularidade de clichês como “Se você der um passo em direção a Deus, ele fará o resto do caminho em direção a você,” e “Deus vota em você, Satanás vota contra você, e você tem o voto decisivo,” juntamente com a negligência quase total da depravação humana e da incapacidade nas questões espirituais.
O Arminianismo é quase totalmente desconhecido, e menos ainda crido, no cristianismo evangélico popular. Um dos propósitos deste livro é superar este déficit. Um mito predominante sobre o Arminianismo é que a teologia arminiana é equivalente ao Semipelagianismo. Isto será contestado no processo de refutação de vários outros mitos que tratam da condição humana e da salvação. Isto é apenas uma antecipação do ponto de vista arminiano que será mais para frente exposto.
Em primeiro lugar, é importante compreender que o Arminianismo não tem uma doutrina ou ponto de vista específico sobre tudo no Cristianismo. Não há nenhuma doutrina arminiana especial das Escrituras. Os arminianos do coração – os arminianos evangélicos – acreditam nas Escrituras e têm a mesma gama de opiniões sobre os seus detalhes como os calvinistas. Alguns arminianos acreditam na inerrância bíblica e outros não. Todos os arminianos evangélicos estão comprometidos com a inspiração sobrenatural da Bíblia e sua autoridade sobre todos os assuntos de fé e prática. Da mesma forma, não há uma eclesiologia ou escatologia arminiana distintiva; os arminianos refletem o mesmo espectro de interpretações que os outros cristãos. Um mito popular promovido por alguns calvinistas é que todos os teólogos arminianos aceitam a teoria governamental da expiação e rejeitam a teoria da substituição penal. Isso é simplesmente falso. Os arminianos acreditam na Trindade, na divindade e humanidade de Jesus Cristo, na depravação da humanidade devido à Queda primitiva, na salvação pela graça somente através da fé somente, e em todas as outras crenças protestantes essenciais. A justificação como justiça imputada é afirmada pelos arminianos clássicos seguindo o próprio Arminius. As doutrinas distintivas do Arminianismo têm a ver com a soberania de Deus sobre a história e a salvação; a providência e a predestinação são as duas doutrinas chave onde os arminianos se separam dos calvinistas clássicos.
Não há melhor ponto de partida para examinar as questões da providência e predestinação que a própria Remonstrância. Ela é o documento fundamental do Arminianismo clássico (além dos escritos de Arminius). A Remonstrância foi preparada por mais ou menos 43 (o número exato é debatido) pastores e teólogos reformados holandeses após a morte de Arminius em 1609. O documento foi apresentado em 1610 para uma conferência de líderes da igreja e do estado em Gouda, Holanda, para explicar a doutrina arminiana. Ele foca principalmente nas questões da salvação e especialmente a predestinação. Várias versões da Remonstrância (da qual os remonstrantes receberam o seu nome) existem. Iremos usar uma tradução para o inglês do original em latim apresentada de forma um tanto condensada pelo estudioso inglês do Arminianismo A. W. Harrison:
1. Que Deus, por um decreto eterno e imutável em Cristo antes da fundação do mundo, determinou eleger, da raça caída e pecadora, para a vida eterna, aqueles que, através de Sua graça, creem em Jesus Cristo e perseveram na fé e obediência; e, ao contrário, resolveu rejeitar os não convertidos e os descrentes para a condenação eterna (Jo 3.36).
2. Que, em consequência disto, Cristo, o Salvador do mundo, morreu por todo e cada homem, de modo que Ele obteve, pela morte na cruz, reconciliação e perdão pelo pecado por todos os homens; de tal maneira, porém, que ninguém senão os fiéis verdadeiramente desfrutam dos mesmos (Jo 3.16; 1Jo 2.2).
3. Que o homem não podia obter a fé salvadora de si mesmo ou pela força de seu próprio livre-arbítrio, mas se encontrava carente da graça de Deus, através de Cristo, para ser renovado no pensamento e na vontade (Jo 15.5).
4. Que esta graça foi a causa do início, desenvolvimento e conclusão da salvação do homem; de forma que ninguém poderia crer nem perseverar na fé sem esta graça cooperante, e consequentemente que todas as boas obras devem ser atribuídas à graça de Deus em Cristo. Quanto ao modo de operação desta graça, no entanto, não é irresistível (At 7.51).
5. Que os verdadeiros crentes tinham força suficiente através da graça divina para lutar contra Satanás, o pecado, o mundo, sua própria carne, e obter vitória sobre eles; mas se por negligência eles não poderiam apostatar da verdadeira fé, perder a alegria de uma boa consciência e ser privado da graça necessária, deve ser mais plenamente investigado de acordo com a Sagrada Escritura.[3]
Observe que os remonstrantes, como Arminius anteriormente, não tomaram qualquer posição sobre a questão da segurança eterna dos crentes. Ou seja, eles deixaram em aberto a questão se uma pessoa verdadeiramente salva poderia cair da graça ou não. Eles também não seguiram o padrão da TULIP. Embora o modelo de cinco pontos que descreve a crença calvinista fora desenvolvido mais tarde, a negação dos três pontos centrais é bastante clara na Remonstrância. No entanto, ao contrário da ideia popular sobre o Arminianismo (especialmente entre os calvinistas), nem Armínio nem os remonstrantes negaram a depravação total; eles a afirmaram. É claro que a Remonstrância não é uma declaração completa da doutrina arminiana, mas ela aborda bem a sua essência. Além do que ela diz, há um campo de interpretação onde os arminianos às vezes discordam entre si. Todavia, existe um consenso arminiano geral, e é isso o que este breve resumo irá explicar, recorrendo amplamente ao teólogo nazareno Wiley, que recorreu amplamente a Armínio, Wesley e os principais teólogos metodistas do século XIX mencionados anteriormente.
O Arminianismo ensina que todos os seres humanos nascem moralmente e espiritualmente depravados e impotentes para fazerem qualquer coisa boa ou digna aos olhos de Deus sem que haja uma infusão especial da graça de Deus para superar os efeitos do pecado original. “Os homens não apenas nascem debaixo da penalidade da morte como consequência do pecado, mas eles também nascem com uma natureza depravada, que em contraste com o aspecto legal da pena, é geralmente chamada de pecado inato ou depravação herdada.”[4] O Arminianismo clássico em geral concorda com a ortodoxia protestante que a unidade da raça humana no pecado resulta em que todos nascem “filhos de ira”. No entanto, os arminianos acreditam que a morte de Cristo na cruz fornece um remédio universal para a culpa do pecado herdado, de modo que ele não é imputado às crianças por causa de Cristo. É assim que os arminianos, de acordo com os anabatistas, tais como os menonitas, interpretam as passagens universais do Novo Testamento como Romanos 5, onde tudo é declarado estar incluído debaixo do pecado assim como tudo é incluído na redenção através de Cristo. Esta é também a interpretação arminiana de 1Tm 4.10, que indica duas salvações através de Cristo: uma universal para todas as pessoas e uma especialmente para todos os que creem. A crença arminiana na redenção geral não é a salvação universal; é a redenção universal do pecado de Adão. Assim, na teologia arminiana todas as crianças que morrem antes de atingirem a idade do despertar da consciência e cometerem pecados atuais (em oposição ao pecado inato) são consideradas inocentes por Deus e levadas ao paraíso. Entre aquelas que cometem pecados atuais, apenas aquelas que se arrependem e creem têm Cristo como Salvador.
O Arminianismo considera o pecado original primariamente como uma depravação moral que é resultado da privação da imagem de Deus; esta é a perda do poder de evitar o pecado atual. “A depravação é total, visto que ela afeta todo o ser do homem.”[5] Isso significa que todas as pessoas nascem com inclinações alienadas, intelecto obscurecido e vontade corrompida.[6] Há tanto uma cura universal quanto um remédio mais específico para essa condição; a morte expiatória de Cristo na cruz removeu a penalidade do pecado original e liberou para a humanidade um novo impulso que começa a reverter a depravação com que todos vêm ao mundo. Cristo é o novo Adão (Romanos 5) que é o novo cabeça da raça; ele não veio apenas para salvar alguns, mas para fornecer um novo começo para todos. Uma medida da graça preveniente se estende através de Cristo a toda pessoa que nasce (João 1).
Dessa forma, a verdadeira posição arminiana admite a completa penalidade do pecado, e consequentemente não diminui a extrema pecaminosidade do pecado, nem deprecia a obra expiatória de nosso Senhor Jesus Cristo. Faz assim, no entanto, não negando toda a força da penalidade, como fazem os semipelagianos, mas magnificando a suficiência da expiação, e a consequente transmissão da graça preveniente a todos os homens através da autoridade do último Adão.[7]
A autoridade de Cristo é coextensiva com a de Adão, mas as pessoas devem aceitar (através da não resistência) esta graça de Cristo a fim de se beneficiar plenamente dela.
O homem é condenado unicamente por suas próprias transgressões. A oferta gratuita removeu a condenação original e é abundante para muitas ofensas. O homem torna-se responsável pela depravação de seu próprio coração somente quando rejeita o remédio para ela, e conscientemente ratifica-a como sua própria, com todas as suas consequências penais.[8]
A depravação herdada inclui o cativeiro da vontade ao pecado, que só é superado pela graça sobrenatural, preveniente. Esta graça começa a operar em todos mediante o sacrifício de Cristo (e o Espírito Santo enviado ao mundo por Cristo), mas surge com poder especial mediante a proclamação do evangelho. Wiley, seguindo Pope e outros teólogos arminianos, chama a condição humana – por causa do pecado herdado – de “impotência para o bem”, e rejeita qualquer possibilidade de bondade espiritual à parte da graça especial de Cristo tendo a precedência.
Porque Deus é amor (Jo 3.16; 1Jo 4.8), e não quer que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento (1Tm 2.4; 2Pe 3.9), a morte expiatória de Cristo é universal; alguns de seus benefícios são automaticamente estendidos a todos (por exemplo, a libertação da condenação do pecado de Adão) e todos os seus benefícios são para todos que os aceitarem (por exemplo, o perdão dos pecados atuais e a imputação da justiça).
A expiação é universal. Isto não quer dizer que toda a humanidade se salvará incondicionalmente, mas apenas que a oferta sacrificial de Cristo satisfez as pretensões da lei divina, de maneira que tornou a salvação possível para todos. A redenção, portanto, é universal ou geral no sentido de provisão, mas especial ou condicional na sua aplicação ao indivíduo.[9]
No entanto, somente serão salvos aqueles que são predestinados por Deus para a salvação eterna. Eles são os eleitos. Quem está incluído nos eleitos? Todos aqueles que Deus anteviu que aceitarão sua oferta de salvação através de Cristo pela não resistência à graça que se estende a eles por meio da cruz e do evangelho. Assim, a predestinação é condicional ao invés de incondicional; a presciência eletiva de Deus é causada pela fé dos eleitos.
Em contraste com o Calvinismo acima estudado, o Arminianismo sustenta que a predestinação é o propósito gracioso de Deus de salvar da ruína completa toda a humanidade. Não é um ato arbitrário e indiscriminado de Deus para garantir a salvação a um número especial de pessoas e a ninguém mais. Inclui provisionalmente todos os homens e está condicionada somente pela fé em Cristo.[10]
O Espírito Santo opera nos corações e mentes de todas as pessoas até certo ponto, dá-lhes alguma consciência das expectativas e provisão de Deus, e as chama ao arrependimento e à fé. Assim, “a Palavra de Deus é, em certo sentido, universalmente pronunciada, mesmo quando não registrada em uma linguagem escrita.” “Aqueles que ouvem a proclamação e aceitam o chamado são conhecidos nas Escrituras como os eleitos.”[11] Os reprovados são aqueles que resistem ao chamado de Deus.
Uma doutrina arminiana crucial é a graça preveniente, na qual os calvinistas também acreditam, mas os arminianos a interpretam diferentemente. A graça preveniente é simplesmente aquela graça de Deus que convence, chama, ilumina e capacita, e que precede a conversão e torna o arrependimento e a fé possíveis. Os calvinistas a interpretam como irresistível e eficaz; a pessoa em quem ela opera irá crer e arrepender-se para salvação. Os arminianos a interpretam como resistível; as pessoas são sempre capazes de resistir à graça de Deus, como a Escritura chama a atenção (At 7.51). Mas sem a graça preveniente, elas inevitavelmente e inexoravelmente resistirão à vontade de Deus por causa de sua escravidão ao pecado.
Quando falamos de “graça preveniente” estamos pensando na que “precede”, que prepara a alma para a sua entrada no estado inicial da salvação. É a graça preparatória do Espírito Santo exercida para o homem enfraquecido pelo pecado. Pelo que se refere aos impotentes, é tida como força capacitadora. É aquela manifestação da influência divina que precede a vida de regeneração completa.[12]
Em um sentido, então, os arminianos, como os calvinistas, creem que a regeneração precede a conversão; o arrependimento e a fé são somente possíveis porque a velha natureza está sendo dominada pelo Espírito de Deus. A pessoa que recebe a total intensidade da graça preveniente (isto é, através da proclamação da Palavra e a chamada interna correspondente de Deus) não mais está morta em delitos e pecados. Entretanto, tal pessoa não está ainda completamente regenerada. A ponte entre a regeneração parcial pela graça preveniente e a completa regeneração pelo Espírito Santo é a conversão, que inclui arrependimento e fé. Estes se tornam possíveis por dádiva de Deus, mas são livres respostas da parte do indivíduo. “O Espírito opera com o concurso humano e por meio dele. Nesta cooperação, contudo, dá-se sempre à graça divina preeminência especial.”[13]
A ênfase sobre a antecedência e preeminência da graça forma o denominador comum entre o Arminianismo e o Calvinismo. É o que torna o sinergismo arminiano “evangélico.” Os arminianos levam extremamente a sério a ênfase neotestamentária na salvação como um dom da graça que não pode ser merecido (Ef 2.8). Entretanto, as teologias arminianas e calvinistas – como todos os sinergismos e monergismos – divergem sobre o papel que os humanos desempenham na salvação. Como Wiley observa, a graça preveniente não interfere na liberdade da vontade. Ela não dobra a vontade ou torna certa a resposta da vontade. Ela somente capacita a vontade a fazer a escolha livre para cooperar ou resistir à graça. Essa cooperação não contribui para a salvação, como se Deus fizesse uma parte e os humanos fizessem outra parte. Antes, a cooperação com a graça na teologia arminiana é simplesmente não-resistência à graça. É meramente decidir permitir a graça fazer sua obra renunciando a todas as tentativas de auto-justificação e auto-purificação e admitindo que somente Cristo pode salvar. Todavia, Deus não toma esta decisão pelo indivíduo; é uma decisão que os indivíduos, sob a pressão da graça preveniente, devem tormar por si mesmos.
O Arminianismo sustenta que a salvação é toda pela graça – todo movimento da alma em direção a Deus é iniciado pela graça divina – mas os arminianos reconhecem também que a cooperação da vontade humana é necessária, porque, em última análise, o agente livre decide se a graça oferecida é aceita ou rejeitada.[14]
O Arminianismo clássico ensina que a predestinação é simplesmente a determinação (decreto) de Deus para salvar através de Cristo aqueles que livremente respondem à oferta de Deus da graça livre pelo arrependimento do pecado e fé (confiança) em Cristo. Ela inclui a presciência de Deus de quem responderá. Não inclui uma seleção de certas pessoas para a salvação, muito menos para a condenação. Muitos arminianos fazem uma distinção entre a eleição e a predestinação. A eleição é corporativa – Deus determinou Cristo para ser o Salvador daquele grupo de pessoas que se arrependem e creem (Ef 1); a predestinação é individual – a presciência de Deus daqueles que se arrependerão e crerão (Rm 8.29). O Arminianismo clássico também ensina que essas pessoas que respondem positivamente à graça de Deus pela não resistência a ela (que envolve arrependimento e confiança em Cristo) são nascidas de novo pelo Espírito de Deus (que é a regeneração completa), perdoadas de todos os seus pecados e consideradas por Deus como justas por causa da morte expiatória de Cristo por elas. Nada disto é baseado em qualquer mérito humano; é um dom gratuito, não imposto, mas livremente recebido. “A única base da justificação... é a obra propiciatória de Cristo recebida pela fé,” e “o único ato de justificação, quando visto negativamente, é o perdão dos pecados; quando visto positivamente, é a aceitação do crente como justo [por Deus].”[15] A única diferença significativa entre o Arminianismo clássico e o Calvinismo nesta doutrina, então, é o papel do indivíduo em receber a graça da regeneração e justificação. Como Wiley coloca, a salvação “é um trabalho feito nas almas dos homens pela operação eficaz do Espírito Santo. O Espírito Santo exerce seu poder regenerador apenas em certas condições, isto é, nas condições de arrependimento e fé.”[16] Assim, a salvação é condicional, não incondicional; os humanos exercem um papel e não são passivos ou controlados por alguma força, interna ou externa.
É aqui onde muitos críticos monergistas do Arminianismo apontam o dedo e declaram que a teologia arminiana é um sistema de salvação pelas obras, ou pelo menos algo inferior à vigorosa doutrina de Paulo da salvação como um dom gratuito. Se ele deve ser livremente aceito, eles afirmam, é merecido. Pelo fato do ato de aceitação ser crucial, o que é recebido não é um dom gratuito. Os arminianos simplesmente não conseguem entender essa afirmação e sua acusação implícita. Como veremos em vários pontos ao longo deste livro, os arminianos sempre têm afirmado enfaticamente que a salvação é um dom gratuito; até mesmo o arrependimento e a fé são apenas causas instrumentais da salvação e impossíveis à parte de uma operação interna da graça! A única causa eficiente da salvação é a graça de Deus através de Jesus Cristo e do Espírito Santo. A lógica do argumento de que um dom livremente recebido (no sentido de que poderia ser rejeitado) não é um dom gratuito surpreende a mente arminiana. Mas a principal razão para os arminianos rejeitarem a noção calvinista da salvação monergística, em que Deus incondicionalmente elege alguns para salvação e inclina suas vontades irresistivelmente, é que ela ofende o caráter de Deus e a natureza de um relacionamento pessoal. Se Deus salva incondicionalmente e irresistivelmente, por que ele não salva a todos? Apelar para mistério neste ponto não satisfaz a mente arminiana porque o caráter de Deus como amor se mostrando em misericórdia está em jogo. Se os homens escolhidos por Deus não podem resistir a ter um relacionamento correto com Deus, que tipo de relacionamento é esse? Pode uma relação pessoal ser irresistível? Tais predestinados são realmente pessoas em um relacionamento assim? Estas são questões fundamentais que motivam os arminianos – como outros sinergistas – a questionarem toda forma de monergismo, incluindo o Calvinismo rígido. A questão não é, mais enfaticamente, uma visão humanista do livre-arbítrio autônomo, como se os arminianos fossem apaixonados pelo livre arbítrio pela sua própria causa. Qualquer leitura imparcial de Arminius, Wesley, ou qualquer outro arminiano clássico, irá revelar que este não é o caso. Pelo contrário, a questão é o caráter de Deus e a natureza do relacionamento pessoal.
Anteriormente eu observei que não apenas a predestinação mas também a providência fornece um ponto de diferença entre o Arminianismo e o Calvinismo. Em resumo, os arminianos creem na soberania divina e na providência, mas as interpretam diferentemente dos calvinistas rígidos. Os arminianos consideram que Deus se auto-limita em relação à história humana. Portanto, muito do que acontece na história é contrário à perfeita vontade antecedente de Deus. Os arminianos afirmam que Deus está no comando da natureza e da história, mas negam que Deus controla todo evento. Os arminianos negam que Deus “esconde um rosto alegre” por trás dos horrores da história. O diabo não é o “diabo de Deus”, ou mesmo um instrumento da auto-glorificação providencial de Deus. A Queda não foi preordenada por Deus para algum propósito secreto. Os arminianos clássicos acreditam que Deus pré-conhece todas as coisas, incluindo todo evento mal, mas rejeitam qualquer noção de que Deus provê “impulsos secretos” que controlam até as ações de criaturas malignas (angélicas ou humanas).[17] O governo de Deus é abrangente, mas porque Deus se limita para permitir a livre agência humana (por uma questão de relacionamentos genuínos que não são manipulados ou controlados), esse governo é exercido de modos diferentes. Tudo o que acontece é, pelo menos, permitido por Deus, mas nem tudo que acontece é positivamente desejado ou mesmo tornado certo por Deus. Assim, o sinergismo entra na doutrina arminiana da providência bem como da predestinação. Deus pré-conhece mas não age sozinho na história. A história é o produto de ambas as agências divina e humana. (Não devemos esquecer as agências angélicas e demoníacas também!) O pecado especialmente não é nem desejado nem governado por Deus, exceto no sentido que Deus o permite e o limita. Mais importante, Deus não o predestina ou o torna certo. Não é possível uma expressão breve melhor do entendimento arminiano da providência do que a fornecida pelo teólogo reformado revisionista Adrio König:
Há lamentavelmente muitas coisas que acontecem sobre a Terra que não são a vontade de Deus (Lc 7.30 e todo outro pecado mencionado na Bíblia), que são contra a sua vontade, e que derivam do incompreensível e sem sentido pecado no qual nascemos, no qual a maior parte dos homens vivem, e no qual Israel persistiu, e contra o qual até os “mais santos homens” (Heid. Cat. p. 114) lutavam todos os seus dias (Davi, Pedro). Deus tem apenas um curso de ação para o pecado, e que é prover sua expiação, por tê-lo totalmente crucificado e sepultado com Cristo. Tentar interpretar todas estas coisas através do conceito de um plano de Deus cria dificuldades intoleráveis e dá origem a mais exceções do que regularidades. Mas a mais importante objeção é que a ideia de um plano é contra a mensagem da Bíblia, visto que Deus mesmo se torna inacreditável se aquilo contra o qual ele lutou com poder, e pelo qual ele sacrificou seu único Filho, foi, todavia, de alguma forma parte integrante do seu conselho eterno. Então, é melhor partir da ideia que Deus tinha um certo objetivo em mente (a aliança, ou o reino de Deus, ou a nova Terra – que são a mesma coisa vista de diferentes ângulos) que ele irá alcançar conosco, sem nós, ou mesmo contra nós.[18]
Fonte: Arminian Theology: Myths and Realities, pp. 30-39
Tradução: Samuel Paulo Coutinho