quarta-feira, 24 de outubro de 2007

ARMINIANO

O Que É Um Arminiano?

(Da edição de Thomas Jackson da obra The Works of John Wesley, 1872)

John Wesley

1. Dizer “este homem é um arminiano” tem o mesmo efeito sobre muitas pessoas que dizer “este é um cachorro louco.” Elas se assustam imediatamente: elas fogem dele a toda a velocidade e determinação; e dificilmente irão parar, a menos que seja para atirar uma pedra no temeroso e perverso animal.

2. Quanto mais incompreensível a palavra seja, melhor ela responde o propósito. Aqueles em quem ela está colocada não sabem o que fazer: não entendendo o que significa, eles não podem dizer que defesa tomar, ou como se livrar da acusação. E não é fácil remover o preconceito que os outros têm assimilado, que não sabem nada dela a não ser que é “uma coisa muito má,” se não “tudo que é mau!”

3. Deixar claro o significado, por essa razão, deste termo ambíguo, pode ser útil a muitos: àqueles que tão livremente alfinetam este nome nos outros, que eles não possam dizer o que não entendem; àqueles que o ouvem, que eles não possam ser mais abusados por homens dizendo o que não sabem; e àqueles sobre quem o nome está colocado, que eles possam saber como responder a eles.

4. Pode ser necessário observar, primeiro, que muitos confundem arminianos com arianos. Mas esta é uma coisa inteiramente diferente; um não se parece com o outro. Um ariano é aquele que nega a Divindade de Cristo; nós nem precisamos afirmar, o supremo, a eterna Divindade; pois não há nenhum Deus senão o supremo, Deus eterno, a menos que façamos dois Deuses, um Deus maior e um Deus menor. Agora, ninguém jamais mais firmemente acreditou, ou mais fortemente afirmou, a Divindade de Cristo, do que muitos dos (assim chamados) arminianos; sim, e até hoje afirmam. O Arminianismo, por isso, (o que quer que seja) é totalmente diferente do Arianismo.

5. A origem da palavra é: JAMES HARMENS, em latim, Jacobes Arminius, primeiro foi um dos Ministros de Amsterdã, e depois Professor de Teologia em Leyden. Ele foi educado em Genebra; mas no ano de 1591 começou a duvidar dos princípios que ele tinha até então recebido. E estando cada vez mais convencido de que eles estavam errados, quando ele assumiu o cargo de professor, ele publicamente ensinava o que ele cria ser a verdade, até que, no ano de 1609, morreu em paz. Mas poucos anos depois de sua morte, alguns homens zelosos sob o comando do Príncipe de Orange, furiosamente agrediram todos que defendiam o que foram chamadas as opiniões de Arminius; e tendo conseguido condená-los solenemente, no famoso Sínodo de Dort, (não tão numeroso ou culto, mas tão imparcial quanto o Concílio ou Sínodo de Trento,) alguns foram postos à morte, alguns banidos, alguns presos por toda a vida, todos demitidos de seus empregos, e feitos incapazes de manter qualquer ofício, seja na Igreja ou no Estado.

6. Os erros que eles foram acusados (usualmente chamados arminianos) por seus oponentes, são cinco: (1.) Que eles negam o pecado original; (2.) Que eles negam a justificação pela fé; (3.) Que eles negam a predestinação absoluta; (4.) Que eles negam que a graça de Deus seja irresistível; e, (5.) Que eles afirmam que um crente possa cair da graça.

Em relação às duas primeiras destas acusações, eles alegaram que não eram culpados. Elas são inteiramente falsas. Nenhum homem que já viveu, nem o próprio João Calvino, jamais expressou o pecado original, ou a justificação pela fé, em termos expressos mais fortes e mais claros, do que Arminius. Estes dois pontos, por isso, estão fora de questão: estes, ambos os partidos concordam. Neste respeito, não há a mínima diferença entre o sr. Wesley e o sr. Whitefield.

7. Mas há uma diferença inegável entre os calvinistas e os arminianos, em consideração às três outras questões. Aqui eles se dividem; o primeiro acredita que a predestinação seja absoluta, o último, condicional. Os calvinistas defendem, primeiro, que Deus absolutamente decretou, desde toda a eternidade, salvar tais e tais pessoas, e ninguém mais; e que Cristo morreu por estes, e ninguém mais. Os arminianos defendem que Deus decretou, desde toda a eternidade, no tocante a tudo que está escrito na Palavra, “aquele que crer será salvo: aquele que não crer será condenado:” e, por isso, “Cristo morreu por todos, todos que estavam mortos em ofensas e pecados;” isto é, por todo filho de Adão, visto que “em Adão todos morrem.”

8. Os calvinistas defendem, em segundo lugar, que a graça salvadora de Deus é absolutamente irresistível; que ninguém é capaz de resisti-la, mais do que resistir à ação inesperada do relâmpago. Os arminianos defendem que, embora possa haver alguns momentos em que a graça de Deus aja irresistivelmente, todavia, no geral, qualquer um pode resistir, e isso para sua eterna ruína, a graça segundo a qual foi a vontade de Deus que ele devesse ter sido eternamente salvo.

9. Os calvinistas defendem, em terceiro lugar, que um verdadeiro crente em Cristo não pode possivelmente cair da graça. Os arminianos defendem que um verdadeiro crente pode “fazer naufrágio da fé e de uma boa consciência;” que ele pode cair, não apenas de modo vil, mas finalmente, de modo a perecer para sempre.

10. De fato, os dois últimos pontos, a graça irresistível e a perseverança infalível, são a conseqüência natural do primeiro, do decreto incondicional. Pois se Deus eterna e absolutamente decretou salvar tais e tais pessoas, segue, ambos, que eles não podem resistir sua graça salvadora, (de outra maneira eles podem perder a salvação,) e que eles não podem finalmente cair dessa graça que eles não podem resistir. De forma que, em efeito, as três questões se resumem em uma, “a predestinação é absoluta ou condicional?” Os arminianos acreditam que ela seja condicional; os calvinistas, que ela seja absoluta.

11. Fora, então, com toda ambigüidade! Fora com todas as expressões que somente confundem a causa! Deixe homens honestos se expressarem, e não brinquem com palavras difíceis que eles não entendem. E como pode alguém saber o que Arminius defendia aquele que nunca leu uma página sequer de seus escritos? Que ninguém grite contra os arminianos, até que ele saiba o que o termo significa; e então ele saberá que arminianos e calvinistas estão justamente em um nível. E os arminianos têm muito direito de estar indignados com os calvinistas, assim como os calvinistas têm de estar indignados com os arminianos. João Calvino era um homem piedoso, instruído, inteligente; e assim era James Harmens. Muitos calvinistas são homens piedosos, instruídos, inteligentes; e assim são muitos arminianos. A diferença é que o primeiro crê que a predestinação é absoluta; o último, que é condicional.

12. Uma palavra mais: não é o dever de todo pregador arminiano, primeiro, nunca, pública ou privadamente, usar a palavra calvinista como um termo de reprovação; visto que não é melhor nem pior do que apelidar? – uma prática não mais consistente com o bom senso ou as boas maneiras, do que é com o Cristianismo. Em segundo lugar, fazer tudo que estiver ao seu alcance para evitar que seus ouvintes façam isso, mostrando a eles o pecado e estupidez disso? E não é igualmente o dever de todo pregador calvinista, primeiro, nunca em público ou em particular, na pregação ou na conversa, usar a palavra arminiano como um termo de reprovação? Segundo, fazer tudo que estiver ao seu alcance para evitar que seus ouvintes façam isso, mostrando a eles o pecado e estupidez disto; e isto o mais ardente e diligentemente, se eles tivessem sido acostumados a agir dessa forma? Talvez encorajados nisto pelo seu próprio exemplo!

Um comentário:

Blog do Pastor Robson Brito disse...

A CERTEZA DA SALVAÇÃO

Texto Bíblico Básico: 1 Pe 3.15

Deus quer certamente que tenhamos certeza da nossa salvação. Por “certeza” entendemos: qualidade do que é certo; conhecimento exato; convicção; estabilidade, segurança.

Nossa certeza de salvação tem como fundamento o desejo de Deus demonstrado no plano da salvação em restabelecer a comunhão entre Ele e o ser humano. Veremos nessa parte de nosso estudo as razões para a falta de segurança e os meios positivos de certeza de salvação.

RAZÕES PARA A FALTA DE SEGURANÇA QUANTO À SALVAÇÃO:

1. BUSCA DA OBSERVÂNCIA DA LEI - ATRAVÉS DAS SUAS PRÓPRIAS OBRAS:

As obras não justificam (Rm 3.19,20).

Somos salvos pela graça (Ef 2.8,9).

2. FALTA DO NOVO NASCIMENTO:
Muitos se uniram à igreja sem terem experimentado o milagre da graça em seus corações, através do Espírito Santo (Jo 3.1-3). Por isso, desviaram-se.

3. O PECADO
A Bíblia diz que quem zomba do pecado é louco (Pv 14.9).
Quem não enfrenta, espiritualmente, a questão do pecado em sua vida e não trata dela, biblicamente, nunca terá certeza de salvação. Isso acontece porque tal pessoa não cumpre o que determina Romanos 6.11-14 e Provérbios 28.13.

4. FALTA DE FÉ Quem não crê de todo o coração em Deus e em Sua Palavra não pode ter segurança que é salvo. Nossa confiança quanto à salvação deve ser depositada unicamente em Deus (Sl 13.5, Sl 62,1,2,5 a 7). A justificação e a entrada à graça de Deus (o que nos dão segurança) somente acontece através do exercício da fé (Rm 5.1,2).

5. PENSAMENTO ERRADO
Muitos pensam que é impossível ter uma absoluta segurança da salvação nesta vida. Jesus garantiu que quem ouve e crê na Palavra e no Pai Celeste tem a vida eterna (Jo 5.24).

MEIOS POSITIVOS DE CERTEZADE SALVAÇÃO:

A Palavra de Deus nos apresenta vários meios que garantem nossa salvação, mas podemos destacar pelo menos cinco.

PELO TESTEMUNHO DO ESPÍRITO (1 Jo 5.10; Rm 8.16).

PELO TESTEMUNHO DA PALAVRA DE DEUS (Jo 5.24; 1 Jo 5.13).

POR AMAR OS IRMÃOS (1Jo 3.11- 14).

PELO DESEJO DE OBEDECER OS MANDAMENTOS DE DEUS (1 Jo 2.3-5; 1 Jo 5.3).

PELA TRANSFORMAÇÃO DA VIDA E DOS DESEJOS (2 Co 5.17).


DOUTRINA DA CERTEZA DA SALVAÇÃO

Parte 2 - Por Pr. Robson Brito


Texto Bíblico Básico: (Fp 2. 12,13).

DIFERENTES CORRENTES TEOLÓGICAS SOBRE A CERTEZA DA SALVAÇÃO.

1. O EXAGERO DO CALVINISMO


a) De onde vem esse nome?
Essa doutrina foi muito ensinada por João Calvino, daí o termo “calvininismo; mas não foi criada por ele, mas sim, por santo Agostinho, que afirmava basear-se em Paulo.

b) Quais os ensinos errados do calvinismo?
A salvação é inteiramente de Deus - o homem absolutamente nada tem a ver com a sua salvação.
Deus predestinou alguns para serem salvos e outros para serem condenados na perdição eterna.
Para o calvinista o crente “uma vez salvo sempre salvo”.
Referências usadas pelos calvinistas: Jo 10.28,29; Rm 11.29; Fp 1.6; 1 Pe 1.5; Jo 17.6; 1 Jo 2.18,19.

O EXAGERO DO ARMINIANISMO
De onde vem esse nome?
Jacó Armínio, teólogo holandês, nasceu em Oudewater, sul da Holanda (1560- 1609). Estudou em Genebra. Sua teologia em parte pode ser considerada uma revolta contra certos elementos que ele considerava contrários à razão e ao sentido teológico. Após a sua morte, seus discípulos cristalizaram suas idéias em um panfleto com 5 pontos, conhecido como Remonstrance onde é exposta a posição Arminiana (Veja imagem acima). A igreja que surgiu dos ensinos de Armínio é a igreja Remonstrante da Teologia Reformada. O avivalista John Wesley também pregava parte dessa doutrina. Por isso, às vezes, esses ensinamentos são conhecidos como Wesleyanismo-arminianismo.

c) Quais os ensinos errados do arminianismo?
Vamos destacar aqui apenas cinco pontos questionáveis dessa doutrina:

A pecaminosidade é por nós herdada de Adão, mas sua culpa não é imputada aos homens.
A vontade humana produz fé, arrependimento e o novo nascimento.
O alvo da criação é a felicidade.
Exagera o livre arbítrio do homem, ao mesmo tempo que parece excluir o amor e o interesse de Deus em salvar a humanidade.
Plena certeza de salvação não é possível nesta vida, exceto mediante a revelação ou iluminação individuais.

3. O EQUILÍBRIO BÍBLICO

Por que nós assembleianos discordamos das duas correntes acima?

Antes de responder a esta pergunta, é preciso ponderar: há margem tanto para o calvinismo como para o arminianismo no Novo Testamento. Mas ambas as correntes teológicas erram numa coisa: “querem resolver os paradoxos e os mistérios de Deus de uma forma fácil, simplista e meramente racionalista. Os defensores dessa doutrina querem ver Deus com apenas um olho: tanto calvinistas como arminianistas são teólogos de um olho só. A missão salvadora de Jesus é maior do que esses dois grupos costumam enxergar” (Russel Norman Champrin).

Entendimento mais equilibrado:

O Novo Testamento ensina que é possível o homem resistir à graça divina e por isso perder-se eternamente (Jo 6.40; Hb 10.26-30; 2 Pe 2.20-22; Hb 2.3; 2 Pe 1.10). Paulo adverte os coríntios que se ensoberbeciam por causa de seus dons e da liberdade cristã que gozavam. Paulo os repreende declarando que todas essas bênçãos, e a salvação podem ser perdidas por causa do pecado (1Co 10.1-13;Tb. 2 Pe 3.17). A perseverança na salvação, então, depende de o crente manter-se em comunhão com Deus. Vejamos algumas referências escritas especialmente para crentes (Hb 6.4-6; 10.26-39). O N.T. ensina uma verdadeira “segurança eterna”, assegurando-nos que apesar das nossas fraquezas, das nossas imperfeições, das dificuldades e dos obstáculos exteriores, podemos estar seguros que somos vencedores em Cristo (Rm 8. 35-39).

DOUTRINA DA CERTEZA DA SALVAÇÃO

Parte 3 – Pr Robson Brito

IV- A TRANSFORMAÇÃO DA VIDA E DOS DESEJOS- E A CERTEZA DE QUE SOMOS SALVOS.


Texto Bíblico Básico: (2 Co 5.17)

Já estudamos que um dos meios positivos que nos garante a certeza de salvação é a transformação da nossa vida e dos desejos pecaminosos a partir do momento que entregamos nossa vida a Cristo, conforme vemos em 2 Coríntios 5.17.

É difícil explicar como isso acontece, pois Jesus mesmo declarou: “O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito” (Jo 3.8). Mas, podemos ver alguns sinais de que a obra da salvação chegou na vida do crente. E isso lhe dá segurança.

Analisaremos quatro sinais que garantem ao cristão a certeza da salvação:

ARREPENDIMENTO
Um afastamento real do pecado. Reconhecer e confessar o pecado com um coração sincero. Essa atitude sempre trará o perdão gracioso da parte de Deus. A remoção da culpa é a dádiva da sua presença constante (Sl 32.5). Afastando-se do pecado o cristão conhece a realidade e a segurança eterna da salvação de Deus (1 Jo 2.29).


PAZ
A alma justificada pode esperar uma paz profunda com Deus (Rm 5.1). Essa paz que o crente individualmente sente e que a igreja também desfruta de modo coletivo é resultado de Deus (1 Co 14.33). Essa paz é inexplicável: ”e a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus” (Fp 4.7).

PODER
A certeza da salvação nos leva a utilizar a armadura espiritual - o que nos dá poder sobre o mal e deixa-nos mais firmes na fé (Ef 6.13). Uma das provas da salvação é a sobriedade e firmeza espiritual com que o cristão resiste os ataques do Diabo ( 1 Pe 5.8,9).

4. REMOÇÃO DO MEDO DA MORTE
O medo da morte é uma das coisas que mais apavora o homem natural. Davi chegou a temer a hora do perigo,. Mas confiou no Senhor, pois era crente (Sl 18.4 - conf. 2 Sm 22. 1-6). Nas situações de perigo e risco diante da morte, o salvo não teme, pois tem convicção da presença de Deus (Sl 23.4).

O QUE A SEGURANÇA DA SALVAÇÃO SIGNIFICA PARA O CRISTÃO ?

ESTABILIZARÁ TODA A SUA EXPERIÊNCIA CRISTÃ. (Hb 6. 17-20).

IRÁ CAPACITÁ-LO A GOZAR UMA VIDA DE ORAÇÃO POSITIVA (Mt 6.9a - Lc 11.9-13).

DARÁ PODER AO SEU TESTEMUNHO E À SUA INFLUÊNCIA SOBRE OS OUTROS (Rm 1.16, 2 Tm 1. 8).

Pr Robson Brito

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